São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Construtoras entram no setor de baixa renda

DA REPORTAGEM LOCAL

As cooperativas habitacionais influenciaram as construtoras que lideraram o ranking em 1996.
A Rossi, primeira colocada, foi atrás do consumidor de baixa renda. Lançou o "Vida Nova", produto na faixa entre R$ 29 mil e R$ 39 mil, de 44 m2 a 55 m2 de área útil e 84 meses para pagar.
Segundo José Paim de Andrade, 43, diretor-superintendente da Rossi, é um produto que vai concorrer com as cooperativas.
Em 96, os cinco empreendimentos desse modelo foram lançados na zona leste de São Paulo. "Este ano, vamos levá-lo para as zonas oeste e sul."
A Martins Pereira decidiu não concorrer com as cooperativas e prestou serviços para a Procasa, participando de 11 lançamento -três para a venda convencional.
Rentabilidade
"O mercado se retraiu por causa das cooperativas. Foi um jeito de manter a construtora em serviço", diz Luís Antônio Martins Pereira, 35, diretor administrativo da empresa. Segundo ele, a rentabilidade para a construtora fica entre 20% e 30% do que seria em construção convencional.
A Siled Fongaro também deve seu desempenho em 96 ao setor considerado de baixa renda. A empresa constrói apartamentos na faixa de R$ 50 mil e 61 m2.
Segundo Luiz Fernando Fongaro, 34, engenheiro-responsável pela empresa, a construtora perdeu mercado no segundo semestre para as cooperativas. Mas vendeu todas as unidades dos oito lançamentos que fez.
Já a Inpar conseguiu em 96 dobrar seu faturamento, chegando a R$ 200 milhões. Segundo Gerson Bendilati, 39, diretor de incorporações, o sucesso se deveu à rapidez em perceber os nichos de mercado com potencial de vendas.
"No primeiro semestre, centralizamos os imóveis de dois e três dormitórios e salas comerciais. Depois, vimos que o mercado comercial se esgotou e lançamos flats. É o negócio 'just in time' (consumo imediato). Tudo que lançamos, vendemos."
Entre as 1.695 unidades lançadas em 96 pela Inpar, 269 ainda não foram vendidas. São unidades que custam entre R$ 70 mil e R$ 150 mil, localizadas, principalmente, no Paraíso e Jardim Bonfiglioli.
Imobiliárias
A Itaplan direcionou sua estratégia de vendas para as particularidades de cada bairro com o objetivo de alcançar a liderança entre as imobiliárias.
"Não adianta se concentrar nas áreas famosas de São Paulo, diz Fábio Rossi Filho, 30, diretor de marketing. "Fizemos 48 lançamentos, mas não temos quatro no mesmo bairro."
Segundo ele, só 20% das 5.186 unidades lançadas em 96 ainda não foram comercializadas.
Já a Lopes, baseou-se em marketing e diversificação para ter um bom desempenho em 96. Segundo José Gregório Botelho, 35, gerente de atendimento, a empresa mantém 150 pontos-de-venda em São Paulo, com vários produtos.

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