São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Associação defende direitos dos homens
LUCIA MARTINS
A Families Need Fathers (FNF -em português, Famílias Precisam de Pais), fundada em 74 para defender pais que, após a separação, se sentiam completamente sem direitos e afastados dos filhos, colocou na pauta de trabalho questões como a perda do poder masculino no mundo e a redução da quantidade de espermatozóides na ejaculação. Com cerca de 2.500 membros (que colaboram com 25 libras, ou US$ 42,50 por ano) no país inteiro, a associação tem um histórico de vitórias e já conseguiu modificar as leis várias vezes em seu favor. Em Londres, eles se reúnem todas as terças-feiras, às 20h, no pub Churchill's, em Holborn, região central da capital britânica. Os 50 membros em média que frequentam as reuniões discutem os assuntos da pauta ao redor de uma mesa no primeiro andar do bar. Além de discussão, a reunião às vezes se assemelha a sessões de psicanálise em grupo. Os membros mais novos contam seus problemas, e os outros com "mais experiência" tentam ajudar. Há ainda aconselhamento judicial para aqueles que pretendem entrar ou estão com algum processo na Justiça em questões de guarda dos filhos ou partilha de bens. Advogados-membros prestam o serviço. A associação também tem publicações -a maioria sobre os direitos legais dos ex-casados- à venda nas livrarias. Agora, eles estão pensando em escrever sobre outros temas, como impotência, crises de identidade etc. O desempregado Ian McClay, 45, é um exemplo do perfil do "sócio" do FNF. Ele entrou no grupo há 15 anos quando foi "largado pela mulher". "Um dia ela disse que iria embora. Eu não a traía e não queria que ela me deixasse. Pedi que mudasse de idéia, mas ela foi embora. Conseguiu outro homem, levou metade do meu salário e meus filhos." E acrescenta: "Quem disse que os homens não sofrem e não são maltratados? Cada vez mais eles sofrem, e apenas o sofrimento feminino é levado em conta". Foi a partir da separação que McClay virou ativista do FNF. "Sou um solitário. Dedicado só aos meus filhos. Fiquei tão decepcionado que nunca mais casei." Coisa de cinema Para Trevor Berry, outro membro do grupo que também teve problemas para ver os filhos e está "na luta desde 74", todo o esforço é tentar reverter o "efeito Kramer versus Kramer". O filme do início dos anos 80 fala da crise de um casamento e suas implicações para os filhos. "Eu me lembro que, durante a audiência com o juiz, a mulher era questionada sobre por que queria ficar com os filhos. Ela respondia: 'Porque sou a mãe'. Isso é um absurdo. Nem sempre a mãe é a melhor pessoa para ficar com as crianças." Texto Anterior: Oposição é incapaz, diz PRI Próximo Texto: Clubes "do Bolinha" mudam as regras Índice |
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