São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Rígido controle
PAULO FERRETTI; MARIANE COMPARATO Se a moda pega e os técnicos brasileiros resolvem inspecionar os vinhos estrangeiros "in loco", o roteiro vai passar invariavelmente pelas plantações de uva.Entre os produtores de vinhos reconhecidos internacionalmente como de melhor qualidade, o plantio da uva e a produção da bebida ocorrem inteiramente em pequenas propriedades -os "châteaux". Os fabricantes fazem questão de manter o processo quase artesanal de produção de seus "crus classés" -vinhos de qualidade produzidos em região delimitada. Isso não quer dizer que dispensem o auxílio de novas tecnologias, mas a produção se mantém no mesmo local há 200 anos. O controle da produção consome anos de trabalho. Começa com a delimitação da região em que a uva é colhida. Depois, definem-se a qualidade da fruta plantada e o rendimento máximo por hectare. Na França, o produto controlado recebe do governo a denominação de "vinho delimitado de qualidade superior", e os melhores, a DOC (Denominação de Origem Controlada). Itália, Espanha e Portugal emitem o selo DOC (Denominação de Origem Controlada) para sua melhor produção. Competindo com os pequenos "châteaux", grandes cooperativas compram uvas de diversos produtores e obtêm uma variedade maior de tipos de vinhos, nem sempre com a mesma qualidade. Essas indústrias empregam muita tecnologia para chegar a um produto competitivo no mercado. Tanto nos pequenos "châteaux" como nas cooperativas, os fiscais brasileiros poderiam verificar que as exigências da nova lei, tais como a descrição da composição dos vinhos, sua graduação alcoólica e o controle de qualidade e de higiene, fazem parte da rotina dos produtores, controlados por seus governos. O problema reside na fiscalização "in loco". Não há registros de fiscalização feita por países importadores nas casas produtoras. Além disso, para produzir um resultado correto, a fiscalização precisa contar com enólogos. O risco da fiscalização não-especializada reside na possibilidade de equívocos, c Texto Anterior: Deguste no verão Próximo Texto: O SOM CARIOCA DOS PAULISTAS Índice |
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