São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Jovem britânico é mais racista, diz estudo

LUCIA MARTINS
DE LONDRES

O jovem britânico é o mais racista e com mais tendência à violência, diz pesquisa realizada em oito países europeus no ano passado.
Segundo levantamento da agência de pesquisas Scantel, 29% dos britânicos discordam de que todas as raças sejam iguais. Em segundo, ficou a Alemanha (19%), e em último a Espanha (7%).
Os entrevistados no Reino Unido também foram os que tiveram o maior índice (18%) de respostas "sim" quando a pergunta era: "Você seria capaz de matar se não houvesse punição?"
Nesse quesito, eles empatam com a França (também com 18%), mas superam a Alemanha, por exemplo, onde apenas 5% das respostas foram positivas.
Por outro lado, o britânico é um dos mais liberais quando o assunto é sexo, drogas e homossexualidade. Eles começam a ter relações sexuais mais cedo (média de 15,6 anos), 59% afirmaram que já experimentaram drogas, e 64% disseram que não têm nada contra os homossexuais.
O levantamento foi feito sob encomenda da MTV Europa com 1.600 pessoas com idades variando entre 16 e 24 anos nos meses de outubro e novembro do ano passado.
"A pesquisa é curiosa porque ajuda a destruir clichês. O britânico, considerado o mais assexuado, começa a transar antes do italiano, que é considerado o amante latino", disse à Folha Juan Gelaf, produtor do programa "Turn On Europe", que divulgará a pesquisa.
Os jovens italianos começam a ter relações sexuais com uma média de 17,9 anos.
Outro preconceito derrubado com a pesquisa, segundo Gelaf, foi a crença de que os franceses são muito racistas. Apenas 8% afirmaram que não concordam que todas as raças são iguais.
"É muito interessante ver que as idéias preconcebidas sobre os jovens estão erradas."
Educação
Os jovens dos países pesquisados (Reino Unido, Alemanha, Holanda, Polônia, Suécia, Espanha, França e Itália) querem ter bons resultados na escola. Do total, 71% afirmaram que boas notas ajudam na conquista de um bom emprego.
Mas 20% dos poloneses acham que ir à escola é perda de tempo. Os franceses concordam (17%).
A pesquisa será apresentada em um programa sobre jovens europeus durante toda a semana que vem, dividida por temas.
Além da pesquisa da Scantel, a equipe da MTV Europa realizou, nos últimos seis meses, entrevistas e documentários com adolescentes em 20 países europeus.
No domingo, a rede de TV promove um debate sobre os resultados do levantamento. O programa ainda não tem data para ir ao ar na MTV do Brasil, segundo Gelaf.

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