São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Objetivo é o fim da estabilidade

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fim da estabilidade do funcionalismo, para permitir a demissão de servidores públicos, é o ponto principal da reforma administrativa. Pode representar uma economia de R$ 15 bilhões para Estados e municípios no prazo de três anos.
Os Estados e municípios têm grande parte da receita de impostos destinada ao pagamento do funcionalismo, o que impede investimentos e aumenta o endividamento -as despesas são maiores do que os recursos disponíveis.
Levantamentos do Ministério da Administração mostram que, em 96, o Espírito Santo chegou a comprometer 103% da receita disponível com o funcionalismo. Em São Paulo, esse percentual foi de 61%.
Pela previsão da equipe econômica, em 97, Estados e municípios correm o risco de terminar o ano com um déficit de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) -R$ 16 bilhões em valores atuais.
O governo federal também tem problemas com a folha de pagamento do funcionalismo. Os gastos pularam de R$ 28 bilhões em 94 para R$ 36 bilhões em 95.
Em 96, o Tesouro Nacional desembolsou R$ 40 bilhões para pagar os 1,6 milhão de funcionários. A conta prevista no Orçamento da União de 97 é de R$ 45 bilhões.
Para o Ministério da Administração, é preciso acabar com a isonomia, princípio da Constituição pelo qual funcionários que têm as mesmas funções, em diferentes órgãos, devem receber salários iguais. Como a isonomia não funciona na prática, há uma infinidade de demandas judiciais atrás da equiparação com categorias que têm rendimentos mais altos.
(SM)

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