São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Cresce o déficit da Previdência

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Bird (Banco Mundial) prevê que o déficit no sistema previdenciário atingirá 1% do Produto Interno Bruto (PIB) dentro de três anos, o que equivale a R$ 8 bilhões em valores de 97. O PIB é o valor de todos os bens e serviços produzidos no país.
Como a cada ano aumenta o número de inativos em relação aos contribuintes que ainda não se aposentaram, o estudo do Bird ("Seguridade Social e Previdência Privada no Brasil") aponta que esse déficit saltará para 9% do PIB em 2025.
Isso representaria, em valores de hoje, um déficit de R$ 72 bilhões, quase oito vezes mais do que os investimentos do governo federal programados no Orçamento da União de 97.
Aposentadorias precoces, aumento da expectativa de vida do brasileiro e aposentadorias especiais do setor público, com os funcionários inativos mantendo o mesmo rendimento dos ativos, estão entre as principais distorções da Previdência.
Para o ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, a manutenção das regras atuais exigiria que a alíquota atual da contribuição das empresas subisse de 20% a 40% para que o sistema tivesse recursos suficientes para pagar todos os benefícios dentro de 20 anos.
Essa contribuição é recolhida mensalmente pelas empresas sobre remunerações pagas a empregados, incluindo temporários, autônomos e avulsos.
O aumento da contribuição aumentaria os custos das empresas. Isso implicaria em risco de demissões, além, é claro, do inevitável repasse dos custos aos preços, pressionando a inflação.
Contribuintes
O número de novas aposentadorias aumenta ano a ano. Segundo Stephanes, só em 96 surgiram 800 mil novas aposentadorias.
O quadro em 97 já aponta para a criação de 1 milhão de novas aposentadorias e a certeza de que o Tesouro terá que socorrer novamente o caixa da Previdência para que os benefícios sejam pagos em dia.
Se a reforma da Previdência já tivesse sido aprovada pelo Congresso, a criação de novas aposentadorias em 97 cairia para 700 mil.

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