São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997 |
Texto Anterior |
Índice
A bola volta a rolar
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
Resultado: muita torcida (inclusive uma, desnecessária, da equipe do SBT para os clubes de São Paulo), bons jogos, boas rendas e um Maracanã com 70 mil pessoas na final. A novidade que veio dar na praia foi o peixe de Wanderley Luxemburgo. O melhor do torneio. Luxemburgo é o novo no futebol brasileiro. Apesar da pouco experiência em disputas internacionais, já deveria estar na seleção. Se não no lugar de Zagallo, ao seu lado. * A regra que estabelece um chute da meia-lua a partir da 15ª falta mostrou virtudes. Favoreceu o tempo de bola rolando e valorizou a técnica de quem dribla ou desarma limpamente. Mas, a mim, não convenceu. Num jogo que prevê o contato físico, que aceita o tranco e que coloca em campo 22 homens disputando uma bola, a falta é inevitável. Se a regra punisse apenas as infrações "táticas" ou as que evitam a progressão rumo ao gol, vá lá. Mas como é difícil distinguir, computam-se os esbarrões, os toques no goleiro dentro da pequena área ou outras bobagens do jogo. A punição é desproporcional à infração. No basquete, que pune as faltas coletivas com dois arremessos, o placar chega a 100. No futebol, o gol é fruto da insistência, da inteligência tática, da técnica. É raro. Quem sabe fazer vale ouro. A punição testada equivaleria, no basquete, a 20 arremessos por falta depois do limite coletivo. A nova regra banaliza o gol. E leva um time (como fez o São Paulo, com o Denilson, contra o Flamengo) a esquecer o jogo para tentar a via mais curta: driblar para apanhar. Por fim, a nova regra dá um poder colossal ao árbitro, que no futebol é uma autoridade muito falível. Texto Anterior: Família Magalhães deseja a Presidência Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |