São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Executivos narram excessos do Carnaval

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem nunca caiu na folia, "soltou a franga" e deu vexame no Carnaval? Nos quatro dias de festa, muitos homens aproveitam a oportunidade para fazer loucuras jamais pensadas -ou reveladas- em sã consciência.
Na semana passada, a Folha ouviu diversos executivos para saber como os homens de negócios se comportam durante a folia.
Economista da área financeira, R.P. lembra do Carnaval em que conquistou a mulher mais cobiçada do salão. "Fiquei desfilando com ela pela festa. Imaginava que todos me invejavam", diz.
A mulher, segundo ele, parecia estar na dele. "Já estávamos indo para um motel, quando descobri que ela era, na verdade, um travesti", diz, indignado.
Com a revelação, conta, a situação ficou constrangedora e os dois voltaram calados para a festa.
O administrador de empresas Paulo Lerner lembra de um Carnaval passado com um grupo de amigos em Campos de Jordão.
"Minha namorada foi dormir e fiquei bebendo no salão. Quando fui deitar, entrei no quarto dela e comecei a beijá-la loucamente, até que alguém acendeu a luz."
Na verdade, ele estava beijando (e quase transando) com a amiga que dormia na cama ao lado. "Perdi a namorada."
Agarrar a mulher errada também foi o fora de Roberto Rizk, dono de uma loja de tecido em Brasília. "Cantei a mãe da minha namorada, que topou continuarmos a paquera em outro lugar." No final, teve bate-boca entre mãe e filha e ele ficou sem as duas.
Mais trabalhosa foi a história de M.B., engenheiro. Há dois anos, ele passou o Carnaval no bloco Eva, em Salvador, com dez amigos; a namorada ficou em São Paulo. No final do Carnaval, todo o grupo comprou uma fita com imagens da folia no trio elétrico.
"No filme, eu aparecia beijando uma menina do bloco." A saída foi pegar as dez fitas compradas e desgravar, uma a uma, seus cinco minutos de "affair" registrados.
O advogado Eduardo Tofoli conta o fora que deu no ano passado, no Carnaval em Ilhabela (litoral paulista). "Dei o maior duro para conquistar uma menina. Ficamos juntos a noite toda. Eu estava inconfundível, como uma camiseta com a gola cortada."
No final da tarde seguinte, enquanto ele almoçava em São Sebastião, a menina chegou ao local. "Só que eu estava com a camiseta da noite anterior. Queria me enfiar debaixo da mesa." Ele diz que nunca passou tanta vergonha. "Nem consegui ligar para ela, e estava ficando apaixonado. Ela iria atender e perguntar se eu tomava banho."

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