São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Privilégio injusto

TELÊ SANTANA

Me causa muito espanto o fato de a Federação Paulista de Futebol estar pagando o salário de jogadores de alguns clubes para promover o Campeonato Estadual, excluindo Santos, Corinthians e Palmeiras do privilégio.
Esse tipo de benefício não pode ser concedido somente ao São Paulo, no caso da contratação do Renato, por exemplo. Logo o São Paulo, que tanto combateu e contestou a federação quando eu treinava a equipe.
É uma discriminação imperdoável, como se dois de seus filhos passassem no vestibular, e você presenteasse apenas um deles com uma bicicleta.
Eu, como técnico do Palmeiras, também me vejo no direito de reivindicar um reforço.
Além disso, acredito que esses jogadores contratados pela federação, com seus altos salários, vão ter problemas com os demais atletas nos clubes.
O presidente Eduardo José Farah tem algumas boas idéias, mas tem que ver também se elas podem ser colocadas em prática sem problemas. O que, na minha opinião, não é o caso.
*
Nada contra a vinda do Renato para São Paulo. Pelo contrário.
Ele colocou a cabeça no lugar, melhorou sua conduta, deixando de lado a irreverência de sempre.
Fizemos as pazes em 1995 quando ele veio me dar um beijo num jogo entre São Paulo e Fluminense, no Morumbi.
Renato foi muito útil em sua passagem pelo Fluminense, um time que gosto demais.
Quando ninguém queria comandar a equipe, ameaçada pelo rebaixamento, ele assumiu a direção técnica. Uma atitude muito legal.
Além disso, fiquei sabendo que ele emprestava dinheiro aos jogadores que estavam em situação difícil.
E olha que o Fluminense atrasava o pagamento dos salários dele e ainda deve muito dinheiro ao Renato.
Talvez por isso ele esteja deixando o Rio de Janeiro.
Ele sabe que, em São Paulo, todo o dia 10 é realmente dia 10. Vai receber em dia. E isso tranquiliza o profissional, que pode desenvolver seu trabalho da melhor maneira possível.

E-mail: tele@wgserver.cyberland.com.br

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