São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Cabeleireira Rosa fica para desfilar na Rosas

ANA CRISTINA PESSINI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ao contrário de Lucila Márcia Turri, a cabeleireira Rosa Maria de Freitas mal podia esperar para vestir a fantasia e pisar no Sambódromo paulistano.
"Estamos acreditando que nós vamos ser os campeões deste ano", diz Rosa Maria, que sairia ontem como destaque de ala da escola de samba Rosas de Ouro. Rosa e Rosas defendem o tema "São Paulo, a capital da gastronomia".
Participante ativa da festa de Momo, há cinco anos Rosa só pulava em clubes fechados e assistia aos desfiles das escolas de samba apenas pela televisão.
"Desfilar na avenida pela Rosas de Ouro sempre foi o meu sonho", confessa.
A afinidade entre a escola e a cabeleireira se concretizou por meio de uma amiga que desfilava havia 14 anos e levou Rosa até um ensaio na quadra da escola.
Período integral
"O bom sambista não pode se afastar da escola", diz Rosa.
Ela conta que, uma semana depois de os desfiles terem acabado, a comunidade já vai estar se reunindo novamente.
Primeiro virá o balanço geral do desfile, com a discussão das notas dos jurados e, dependendo do resultado, a comemoração.
Em seguida começam os preparativos para a festa do próximo ano, como a escolha do samba-enredo e o feitio das fantasias -a da cabeleireira custou cerca de R$ 700,00.
Rosa não acredita que o Carnaval seja um artifício para desviar a atenção da população dos problemas que o país enfrenta, embora reconheça seu caráter alienante.
"O povo precisa ter essa felicidade. Para mim, o Carnaval é a festa mais importante do ano, e desfilar na avenida é como um sonho, você esquece de todos os seus problemas, é maravilhoso."

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