São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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O Carnaval do repouso

DA REDAÇÃO

No Carnaval, a maior parte da cidade fica em São Paulo, preferindo a casa, o cinema e o teatro aos bailes, avenidas e matinês.
Segundo levantamento feito pelo Datafolha, 65% dos paulistanos querem descansar neste Carnaval -44% pretendiam ficar em São Paulo e 21% iriam viajar para isso.
A vantagem de quem fica é que a cidade se esvazia, perde em ruído e trânsito e ganha em tranquilidade, mesmo num período de samba, suor e batucada.
Segundo a pesquisa, 50% dos moradores da cidade não gostam de Carnaval. É uma apertada disputa contra os que gostam, 48%.
Os solteiros, é claro, são os campeões da folia.
Deles, 61% gostam do feriado, outros 37% não gostam. Entre os casados, 40% gostam do Carnaval, enquanto 58%, não.
A programação cultural da cidade emagrece, mas também fica menos concorrida.
As principais exposições de artes plásticas e fotografia, por exemplo, fecham até a Quarta-Feira de Cinzas. Não adianta procurar Masp, MAM ou outros museus até a data chegar.
Se em artes plásticas não há alternativas, nos cinemas da cidade não há mudanças.
As sessões continuam normais no período. E a vantagem é que não há filmes que toquem no assunto Carnaval.
No teatro, algumas peças fizeram recesso, mas ainda há boas opções, como "Dois Perdidos numa Noite Suja", de Plínio Marcos. A montagem está em cartaz no Teatro da Praça.
Além disso, os restaurantes são outra saída para quem quer aproveitar um Carnaval sem sambas-enredo e danças baianas. Até comida tailandesa pode ser degustada no feriado.
Renda e idade
Na divisão por renda, apenas os com renda familiar superior a 20 salários viajam mais do que ficam na cidade. Nessa faixa, 33% iriam ficar em São Paulo para descansar, contra 36% que viajariam com o mesmo propósito.
Entre os com renda menor que dez mínimos, mais gente fica para trabalhar (16%) do que viaja para descansar (13%). Metade (50%) fica para descansar.

A pesquisa Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade e sorteio aleatório dos entrevistados. Ouviu 1.100 pessoas maiores de 16 anos no dia 24 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%. A resposta à questão do que faria no Carnaval era espontânea e única. Na questão de gostar ou não, a resposta era estimulada e única.

LEIA MAIS sobre a programação de teatro, shows, passeios e cinema da pág. Especial-2 à Especial-6.

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