São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Hambúrger com queijo cria briga religiosa

DANIEL STERNOFF
DA "REUTER", EM JERUSALÉM

A agência informa que uma guerra religiosa se iniciou graças a um anúncio da TV israelense.
Grupos religiosos dizem que as propagandas dos "cheeseburgers" da rede McDonald's ofendem as leis casher (preceitos religiosos que pautam o cardápio judeu) ao mostrar derivados do leite e carne misturados.
Avner Shaki, deputado do Partido Religioso Nacional, comanda a campanha contra os anúncios do sanduíche na TV. "Quando você anuncia comidas não-casher, é como se as desse para as pessoas comerem. Está nos causando prejuízos psicológicos. Está nos ofendendo", argumenta o deputado.
"Os partidos religiosos estão entrando em seus pratos", contra-ataca Omri Padan, diretor-geral da rede McDonald's em Israel.
Segundo Panda, a censura religiosa faz seu país se parecer com o governo do aiatolá Ruhollah Khomeini (que liderou a revolução islâmica no Irã em 1979). "Alguém nos dirá o que podemos ou não anunciar baseado em preceitos religiosos. Israel se parecerá cada vez mais com o Irã", afirmou Padan.
Mas para Shaki, a democracia no Estado judeu implica proteger o direito dos judeus religiosos de não ver anúncios que eles consideram ofensivos.
"Mais de 70% da população israelense observa as leis casher. Eles se opõem ao 'cheeseburger'", disse Shaki.
Padan apresenta números diferentes. "Mais de 50% preferem comprar um hambúrguer com queijo. É o sanduíche mais popular de Israel."
O Canal 2 de TV se viu obrigado a realizar uma consulta quando começou a veicular o anúncio do McDonald's. "O público está dividido quando se trata do comercial do 'cheeseburger'", disse Nachman Shai, diretor do canal.

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