São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Termo surgiu em Angola

HÉLIO SCHWARTSMAN

Embora rara em Portugal, o termo "bunda" é um dos mais típicos brasileirismos. Em que pese alguma controvérsia, a palavra parece ter origem no quimbundo (língua banta de Angola).
"M'bunda", para alguns autores, significaria apenas "negro"; outros, porém, calculam que a expressão designava uma determinada etnia angolana, caracterizada por nádegas bastante generosas, que acabou vindo ao Brasil na qualidade de escrava. Daí fica fácil adivinhar a trajetória do termo no português brasileiro.
Curiosamente, existe em kréyol (francês característico das classes mais pobres do Haiti) uma forma semelhante, "bonda", com o mesmo significado. Não se sabe ao certo se a "bonda" haitiana foi importada do Brasil ou se se trata de um desenvolvimento linguístico paralelo.
Os mais recatados sempre poderão recorrer ao eufemismo latino "pars pudenda", mas dificilmente se farão entender.
"Bumbum" é um capítulo à parte. Embora pareça aceitável classificá-lo como uma forma diminutiva de "bunda", a maioria dos dicionários só o registra como "ruído contínuo", "som de pífanos". Trata-se, muito possivelmente, de um apelido carinhoso para "bunda", com clara influência do samba.

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