São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Globosat dedica canal à educação

CRISTIANA COUTO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A TV brasileira vai apostar no conhecimento e na aprendizagem. A partir do segundo semestre entra no ar, via cabo e parabólica, a TV Futura, o primeiro canal dedicado exclusivamente à educação. Sob o slogan "O Canal do Conhecimento", a TV Futura terá 16 horas diárias de programação gratuita.
"É um movimento único de instituições privadas mobilizadas para criar um canal de utilidade pública, gratuito e de qualidade", diz Regina de Assis, superintendente do canal Futura.
A iniciativa, impulsionada pela Fundação Roberto Marinho, já tem 11 parceiros além da TV Globo e pretende chegar a 16.
Já fazem parte do pool a Fundação Itaú, o Bradesco, a Votorantim, a Confederação Nacional de Transportes, a Confederação Nacional de Indústrias, a FIESP, a Rede Brasil Sul, o Instituto Ayrton Senna e a CNN.
O canal será oferecido no pacote Net/Multicanal de TV a cabo e estará disponível também para os assinantes que recebem os sinais da Globosat em antenas parabólicas ou miniparabólicas. De acordo com Flávio Rocha, diretor do canal, no início serão aproveitadas as áreas já cabeadas ou cobertas pelas parabólicas. Dos 38 milhões de domicílios do país, 1,5 milhão já dispõem de cabo e 3,5 milhões possuem antenas parabólicas.
As outras áreas dependem ainda de uma iniciativa das empresas. "Estamos negociando com a Globosat e com os governos municipais e ONGs para facilitar essa expansão", diz Assis.
O foco principal são instituições como escolas, museus, bibliotecas, prisões e hospitais que disponham de telessalas e que, segundo Rocha, servirão também de agente multiplicador.
A TV Futura vai veicular programas que atendam a telespectadores com diferentes graus de instrução, idosos e pessoas com dificuldade de aprendizado.
Uma parte da programação será dedicada à atualização de professores. "Nossa idéia é trabalhar de forma complementar à TVE", diz Regina de Assis.
No campo da educação informal, os programas serão direcionados a estudantes de primeiro e segundo graus e ao ensino profissionalizante. Nesse, a proposta é analisar o que o jovem deve considerar como conhecimento para poder participar do mercado de trabalho. "Utilizaremos recursos de TV e cinema para auxiliar as escolhas profissionais de cada um", explica Assis.
O "Telecurso 2000", no ar desde 95 e que será também transmitido pelo canal, é um exemplo. Com a missão de resgatar a escolaridade de trabalhadores e adolescentes e direcionado ao trabalho, o programa se diferencia do caráter expositivo do antigo "Telecurso 2º Grau". "O ensino é dado através da criação de uma situação do dia-a-dia do trabalhador e, dessa 'novela', tiramos o conteúdo que é, ao mesmo tempo, uma proposta educacional e de cidadania", explica Fernando Carvalho, assessor do "Telecurso 2000" pela Fiesp.
Outra bloco da programação será dedicado ao telejornalismo. O assunto em pauta é a educação no país. "Queremos integrar o Brasil através da intersecção de áreas e situações ligadas à educação, como, por exemplo, cursos e concursos de todas as regiões, matérias sobre saúde, saneamento e esportes", diz Assis.
Ela ressalta que "a programação deve contemplar a diversidade, tendo em vista a pluralidade do Brasil". Um programa rural vai atender tanto ao trabalhador quanto ao pecuarista, considerando as diferenças culturais e as várias aplicações profissionais.
Além da programação inédita, o canal vai resgatar o acervo da TV Globo e da Fundação Roberto Marinho. Minisséries e casos especiais receberão novo tratamento para se transformar em aulas de história e literatura. Para ensinar geografia e ciências, serão utilizados o "Globo Repórter", "Globo Ciência" e "Globo Ecologia".

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