São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem abadás, festa de Olinda une grupos de frevo, maracatu e bonecos gigantes

VANDECK SANTIAGO
FÁBIO GUIBU

VANDECK SANTIAGO; FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE E OLINDA

Sem cordões de isolamento nem abadás e com o mínimo de organização, cerca de cem agremiações de frevo, maracatu, bonecos gigantes e blocos do "eu sozinho" fizeram ontem a festa de Carnaval em Olinda (PE).
A principal atração foi o desfile do Elefante, uma das mais tradicionais agremiações de frevo da cidade. O bloco saiu à tarde e arrastou centenas de pessoas.
Os foliões dos "alternativos" compensaram a falta de tradição com animação e irreverência -dançaram até mesmo ao som de pequenos gravadores.
Grupos mais organizados deixaram os locais de concentração de manhã, acompanhados de orquestras de frevo. Ao longo do percurso, arrastavam centenas de foliões.
Fugindo ao esquema tradicional, nos blocos do "eu sozinho" uma pessoa se fantasia e fica circulando pelos pólos da folia.
Como não há cordões de isolamento, blocos se cruzavam nas ladeiras, provocando uma curiosa troca de foliões de uma agremiação para a outra.
Recife O centro histórico de Recife (PE) abriu ontem à tarde o seu "Carnaval-família", sem a agitação da praia da Boa Viagem (também em Recife) e de Olinda, principais pólos da festa pernambucano.
A abertura foi feita por um encontro de dez grupos de caboclinhos, agremiação carnavalesca inspirada na cultura indígena.
A manifestação, como o maracatu, é típica do Carnaval de Pernambuco. Seus integrantes, a maioria jovens, desfilaram usando "saias" de penas de avestruz e cocares de penas de avestruz e pavão.
Cada "tribo" desfilou em fila dupla. Os passos consistem basicamente em abaixar-se e levantar-se rapidamente, fazendo um giro nas pontas dos pés e calcanhares.
O centro histórico de Recife, bairro que abriga as construções mais antigas da cidade (século 16), nunca havia sido utilizado como pólo carnavalesco.
Este ano, aproveitando o processo de revitalização urbana pelo qual passa o bairro, a Prefeitura de Recife decidiu organizar um centro de festas no local.
Dois palcos foram montados na área, numa distância de cerca de 300 metros um do outro.
As ruas que ficam entre os dois são utilizadas como "corredores de folia", pelas quais passam as agremiações carnavalescas.
Alceu Valença apresenta-se hoje, a partir das 22h, no palco que fica na avenida Marquês de Olinda.

Texto Anterior: Pitta vai 'esporte' ao desfile
Próximo Texto: Timbalada e Broder saem juntos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.