São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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"Very difficult"

JUCA KFOURI

A abertura da transmissão do jogou inaugural do Paulistão pela ESPN Internacional foi sintomática.
O narrador apresentou a fórmula de disputa como manda o figurino. "Na primeira fase os clubes jogam dentro de seus grupos em um turno; na segunda fase os grupos se cruzam em dois turnos; e na terceira há um quadrangular final em turno único entre os dois primeiros de cada grupo."
Apresentou e passou a palavra para o comentarista. Ouviu-se uma risadinha incrédula e uma consideração curta, seca, definitiva.
"É muito difícil para nós entendermos..."
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Mas, se os estrangeiros ainda se surpreendem com nossas fórmulas "farahsaicas", devem ter ficado bem impressionados com o gramado e com a frequência de público nos jogos do Palmeiras e do Corinthians, até por desconhecer que muita gente com ingresso na mão não conseguiu entrar.
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Palmeiras, que teve um gol mal anulado, e Cafu, injustamente expulso por uma jovem canadense que, ao menos, recusou-se a fazer a parada técnica e a apitar, como estava estabelecido, para autorizar a cobrança de faltas perigosas.
Assim, ela cumpriu a regra, prejudicou o Palmeiras e o São José, e de convidada de honra virou a rainha das gafes na festa de abertura do Paulistão.
"É o que dá convidar europeus (sic) para apitar aqui", sentenciou o bom e revoltado Cafu, mudando o Canadá de continente.
Verdade que o São José jogou melhor e teve um pênalti não marcado pela moça de Quebec, Estado que fala francês e não joga futebol.
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Logo no primeiro jogo a primeira previsível confusão em relação às faltas. E depois do gol de Djalminha ninguém mais ficou na distância regulamentar.
Neste quesito, portanto, nota 10 para os marqueteiros da FPF -que criaram uma nova polêmica só pelo prazer de criá-la e certamente tornarão mais raros os gols de falta, o inverso do que deveriam pretender.
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Passaremos quatro meses para saber quem, entre Palmeiras, Santos, Portuguesa e Guarani, no Grupo 1, fará companhia ao Corinthians e ao São Paulo, do Grupo 2, no quadrangular final. Palpitante, não?
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Como sacar Mirandinha do ataque corintiano, eis o doce problema de Nelsinho.

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