São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997 |
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Uefa propõe atenuar 'efeito Bosman'
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS A Uefa, a confederação européia de futebol, propôs ontem às federações nacionais do continente a adoção de um novo modelo de contrato para os jogadores.O objetivo da entidade é restituir o direito de indenização aos clubes que investem em categorias de base, no momento da transferência de seus jogadores. O anúncio foi feito numa reunião, em Genebra (Suíça), para discutir as próximas fases das três copas européias de clubes. Desde a decisão da Justiça européia sobre o caso Bosman, em novembro de 1995, os clubes só podem cobrar quando vendem contratos de jogadores em vigor, e não mais pela simples transferência. O texto da proposta diz, porém, que o novo contrato não implicará restrição à liberdade de trabalho dos atletas, como ocorre no Brasil com a existência do passe. Se a proposta da Uefa for aprovada -antes, será discutida com os sindicatos de jogadores-, os clubes terão direito a exigir indenização na transferência de um jogador que esteja em período de formação (menos de 21 anos) ou em sua primeira experiência profissional (abaixo de 24 anos). A indenização seria calculada com base no dinheiro investido na formação do jogador e no salário oferecido pelo novo clube. Se houver desacordo entre os clubes, o jogador poderá se transferir, e o valor da indenização será decidido pelos tribunais esportivos nacionais e internacionais. Após os 24 anos, porém, os jogadores poderiam se transferir sem que seus clubes possam pedir indenizações. Ainda que restrinja o direito de os jogadores se transferirem que está em vigor na Europa, a proposta da Uefa não só é mais liberal do que as regras do passe que existem no Brasil como também em relação à "lei Pelé", a resolução baixada pelo ministro dos Esportes em outubro. Pela lei brasileira, se um clube é dono do passe de um jogador, ele pode impedir sua transferência para qualquer outro clube, mesmo após o final do contrato. No Brasil, só têm direito a passe livre, os jogadores que tiverem mais de 32 anos de idade e mais de 10 anos de atividade no clube em que estão. Calendário Na mesma reunião, em Genebra, as associações européias aprovaram por maioria a proposta da Uefa de estabelecer um calendário único para todo o continente -e, se possível, todo o mundo. A idéia é que, com o aumento explosivo do número de jogadores atuando fora de seu país, deve-se reservar datas para a disputa de campeonatos nacionais, datas para campeonatos continentais de clubes, datas para jogos de seleções e assim por diante. Texto Anterior: Lusa, a exceção, briga contra o 'tempo perdido' Próximo Texto: Edmundo aceita a oferta do São Paulo Índice |
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