São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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'Ansiedade atrapalha', diz Diegues

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Carlos Diegues não pensa em debruçar-se e chorar sobre a não indicação de seu filme "Tieta do Agreste" para melhor filme em língua estrangeira: "Você concorre para entrar ou não entrar. Se não entrou, paciência", disse ontem à Folha, por telefone.
A maneira de encarar o resultado tem a ver com uma posição sua sobre o cinema brasileiro, segundo a qual "muita ansiedade só atrapalha": "É preciso ir com calma. Não querer que cada filme faça milhões, quebre recordes."
O cineasta acredita que a não indicação para o Oscar não altera o destino comercial de seu filme, internacionalmente. Segundo ele, "'Tieta'já está vendido em quase todo o mundo".
No Brasil, sim: "Eu tenho a impressão de que o filme poderia ter rendido mais". Com uma indicação poderia se repetir o efeito "Quatrilho": um relançamento em cinemas e aumento na venda de fitas de vídeo.
Diegues sustenta que o essencial, no atual momento do cinema brasileiro é "aprender tudo de novo: descobrir o público, o mercado". Sua análise é que no tempo da Embrafilme (empresa estatal fechada em 1990, no início do governo Collor) o cinema brasileiro era "quase um gênero".
"Hoje, ao contrário, não se pode nem dizer que existam tendências. Cada filme é um filme, cada um tem de encontrar sua maneira de ser produzido e lançado", diz.

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