São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 1997
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Clima favoreceu dispersão

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As chamadas doenças emergentes surgem da mutação de vírus e bactérias conhecidos ou do descobrimento de novos micróbios.
Alterações climáticas e ambientais, aliadas ao desmatamento e queimadas, são apontadas como causas principais do surgimento dos novos organismos.
Nos últimos dez anos, a temperatura da Terra aumentou 0,5°C, favorecendo as condições de reprodução de vírus, bactérias e insetos. Já o desmatamento e as queimadas fizeram com que o homem invadisse ambientes até então isolados e entrasse em contato com organismos nunca vistos, cuja ação é desconhecida.
O uso indiscriminado de antibióticos tem criado microorganismos resistentes à maioria dos medicamentos conhecidos, sobretudo na América Latina, onde a automedicação ainda é prática comum à maioria da população.
O uso incorreto de medicamentos já fez surgir espécies mais resistentes de salmonela -bactéria que causa doenças como a febre tifóide. Doenças como a malária também estão se tornando mais difíceis de serem debeladas porque os agentes transmissores estão se tornando mais resistentes.
No Brasil, já foram registrados vários casos em que a quinina (extrato vegetal usado para combater a malária) não fazia o efeito esperado em pacientes contaminados na região amazônica.
O uso exagerado e sem controle de inseticidas também fez surgir insetos resistentes, inviabilizando o combate às doenças transmitidas por mosquitos (como é o caso do dengue ou da malária). São os chamados "superinsetos". Em 1948, só três espécies de insetos eram resistentes ao DDT. Hoje, calcula-se que pelos menos 50 espécies sejam "imunes" a esse inseticida.
(DF)

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