São Paulo, segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Diretor Alan Parker leva a sua "Evita" para os argentinos
RODRIGO BERTOLOTTO
Ainda sob o efeito da fracasso nas indicações ao Oscar, Parker participou de uma série de programas de televisão e hoje concede uma entrevista coletiva no hotel Alvear, onde está hospedado. "Não é a primeira vez que a Academia de Cinema de Hollywood faz isso comigo. Sinceramente, não a entendo", afirmou o diretor inglês ao desembarcar no aeroporto de Buenos Aires. Evita foi indicada em apenas cinco das chamadas categorias menores: canção original ("You Must Love Me"), fotografia, montagem, direção artística e som. O gostinho de derrota também foi sentido pelos argentinos. A produção local "Eva Perón", de Juan Carlos Desanzo, não teve êxito na tentativa de concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Doença e gravidez A promoção no país em que o filme está ambientado foi bem mais discreta que as estréias norte-americana e européia, onde as estrelas Madonna e Antonio Banderas roubaram a cena. Na sexta-feira à noite, Parker participou de um talk-show. Lá, foi perguntado sobre como fez para a então grávida Madonna se parecer com uma Evita moribunda. "Um diretor pode garantir qualquer coisa sobre o filme, menos que sua atriz principal fique grávida. Enfim, usamos uma tonelada de maquiagem", respondeu. O filme estréia em grande circuito na quinta-feira. Serão 85 salas de exibição em todo o país. Segundo a polícia, não há nenhum esquema especial de segurança nas salas, mas já são esperadas reações adversas, principalmente vindas de grupos fanáticos peronistas. Durante a rodagem do filme na Argentina, no início de 1996, houve protestos, passeatas, ameaças de bomba nos sets de filmagem e pichações com escritos como "Fora Madonna, Viva Evita!". Os críticos de cinema argentinos apontam várias falhas no filme, se atendo mais a algumas infidelidades históricas. Um exemplo: o discurso em que Evita renuncia a candidatura à vice-presidência foi rodado no balcão da Casa Rosada. Na verdade, ele aconteceu em um palanque montado na avenida 9 de Julho. Texto Anterior: "Guerra..." sintetiza Hollywood Próximo Texto: Curador aproxima mercado brasileiro e europeu Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |