São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MEC separa profissionalizante do 2º grau

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As 101 escolas técnicas federais do país deverão oferecer em 98 metade das vagas que tiveram neste ano para o 2º grau. Haverá aumento de vagas para alunos que querem apenas se habilitar para uma profissão.
Essa medida faz parte do plano de reformulação do 2º grau e do ensino técnico profissionalizante que está em fase final de elaboração pelo Ministério da Educação. As duas áreas deverão ser separadas.
As escolas poderão oferecer apenas disciplinas profissionalizantes e deixar de lado todo o currículo acadêmico (português, matemática, história, geografia, biologia, física e química).
As instituições que preferirem poderão oferecer separadamente os dois pacotes de disciplinas: de 2º grau e profissionalizante, com diplomas distintos.
Para a rede federal, a escolha já está definida. Deverão se especializar na formação profissional dos alunos.
Elas têm hoje uma clientela desvirtuada, na avaliação dos técnicos no MEC. Graças ao ensino de alto nível gratuito que oferecem, as vagas são em geral preenchidas por alunos que pretendem se habilitar para o vestibular de uma boa universidade.
Com isso, grande parte dos egressos das escolas técnicas federais não exerce as profissões para as quais foram treinados.
A mudança para o novo modelo será progressiva. A cada ano vão diminuir as vagas para o 2º grau acadêmico.
Isso deverá permitir uma ampliação, também progressiva, de 110 mil para 180 mil mil no número de estudantes da rede federal, sem aumentar o número de escolas.
Em 98, o número de estudantes deve aumentar em cerca de 50%. Uma escola que teve 100 vagas em 97 terá 50 vagas para o 2º grau comum e mais 100 para o ensino profissionalizante. Um só aluno poderá preencher uma vaga de cada seção, fazendo os dois cursos na mesma escola. Mas terá que passar por duas seleções distintas.
Para as escolas técnicas públicas estaduais e para as particulares, as mudanças serão opcionais para 98 e obrigatórias para o ano seguinte.
A separação do ensino técnico profissionalizante e acadêmico de 2º grau deverá ser definida por decreto presidencial em março.
O Ministério da Educação retirou da Câmara dos Deputados seu projeto de lei para a área. Com a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), sancionada em dezembro, não há necessidade de o Congresso aprovar novas regras, segundo técnicos do MEC.
Além do decreto, outras medidas deverão ser definidas por portaria ministerial e resoluções do Conselho Nacional de Educação.

Texto Anterior: BH registra 248 casos de dengue só em 97; Pernambuco discute combate à doença; Campinas tem mais 3 casos de meningite; Grupo checa nomes em lista antes de matar 3; Rapaz é morto em briga de galeras funk; Greve da Fepasa causa prejuízo de R$ 500 mil
Próximo Texto: Carga horária será diferente
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.