São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997 |
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Doença indígena preocupa
AURELIANO BIANCARELLI
Pesquisa recente com 2.828 índios de várias aldeias revelou que 25,3% estavam infectados. Na aldeia de Xitei, 97% dos moradores tinham o vetor. A doença é provocada pelo agente Onckocerca volvolus e transmitido por um tipo de mosquito, o borrachudo "simulídio", encontrado em todo o país. Com a invasão das reservas pelos garimpeiros, a doença estaria ameaçando cidades do Norte e Centro Oeste. "A oncocercose significa hoje uma doença emergente de grande risco para as populações se sair da área Yanomami", diz Antonio Carlos Silveira, do Ministério da Saúde. Relegada a segundo plano enquanto se restringia aos índios, a oncocercose é agora alvo de vários trabalhos que visam controlar a doença. Outra endemia listada entre as emergentes no congresso de Belo Horizonte é a leishmaniose, especialmente na forma visceral, conhecida como calazar -forma mais grave que provoca ulcerações internas. Dez mil novos casos estão sendo registrados por ano. A leishmaniose tópica, que provoca úlceras na pele, é muito prevalente. Nas duas formas, o cachorro é o reservatório natural do agente. O crescimento do número de casos se deve ao desmatamento e ao avanço das periferias das cidades para áreas semi-rurais, diz Edison Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. "Já há casos de calazar registrados nas periferias de cidades como Rio e Belo Horizonte", diz João Carlos Dias, presidente do congresso. "Seu crescimento preocupa muito." A esquistossomose está sendo vista pelos especialistas como uma doença que tende a ser controlada. Texto Anterior: Latas ameaçam luta contra a dengue Próximo Texto: Três morrem na saída de jogo em Salvador; Casal é fuzilado dentro da Brasília Índice |
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