São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997
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Fábrica da GM terá fornecedor em módulo

ARTHUR PEREIRA FILHO
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

A GM decidiu implantar o sistema modular para produzir automóveis na nova fábrica a ser construída na região metropolitana de Porto Alegre a partir deste ano.
Os dez principais fornecedores da nova linha de montagem vão se instalar dentro da fábrica para produzir conjuntos de componentes para o novo carro da GM -um "popular" que deve chegar ao mercado 20% mais barato do que os modelos atuais. O projeto foi batizado internamente como "Arara Azul".
Esse grupo de fornecedores de sistemas estará dividido em cerca de 12 a 14 módulos. Serão responsáveis por cerca de 70% dos componentes do veículo. É o que a montadora chama de "condomínio industrial", uma adaptação para os automóveis do consórcio modular usado pela fábrica de caminhões de Resende (RJ), da Volkswagen.
O restante será feito da forma tradicional: as peças serão compradas junto a cerca de 90 fornecedores externos e montadas na linha de produção.
Menos fornecedores
A nova fábrica da GM terá perto de cem fornecedores diretos, cerca de 25% do total utilizado em uma fábrica tradicional, como a unidade da GM de São José dos Campos (SP), onde é montado o Corsa.
A escolha dos fornecedores que ocuparão os módulos no interior da fábrica começou há dez meses e está em sua fase final. As empresas que entraram na concorrência tiveram que atender a uma exigência da montadora: participar do design do produto que se dispunham a fornecer.
Contrato permanente
A GM exigiu ainda preços e peso dos componentes pelo menos 20% menores do que os existentes hoje para o Corsa. O novo carro será menor e menos sofisticado do que o atual Corsa "popular".
Os fornecedores que ocuparem os módulos terão as mesmas vantagens fiscais oferecidas pelo governo do Rio Grande do Sul à GM. Além disso, o contrato de fornecimento vale durante toda a vida do modelo: enquanto a GM continuar produzindo o carro, os fornecedores serão os mesmos.
A GM fala em produzir 150 mil carros por ano em Porto Alegre. Mas mesmo os fornecedores mais conservadores fizeram a sua proposta de preço com a perspectiva de uma produção mínima de 200 mil carros/ano.
Caso a GM decida transformar o seu minicarro em um produto mundial -passaria a ser montado em alguns países da África e Ásia-, os fornecedores terão garantido contrato de venda também para as demais fábricas.

O jornalista Arthur Pereira Filho viaja a convite da Delphi Automotive Systems.

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