São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997 |
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'Bahia de Todos os Sambas' estréia na BA
LUIZ FRANCISCO
Amanhã, convidados da Fundação Cultural do Estado assistem à estréia do filme no Cine-Teatro da Casa do Comércio, em Salvador (BA). A exibição do filme será precedida de depoimentos do cineasta Paulo César Saraceni (o outro diretor é Leon Hirszman, que morreu em consequência da Aids em 1987), do cantor e compositor Caetano Veloso, da produtora Fiorella Amico (viúva do cineasta e produtor Gianni Amico) e do cineasta Gustavo Dahl, que fez uma versão de 50 minutos do material rodado pela RAI (Rádio e Televisão Italiana). Durante nove dias de maio de 83, a capital italiana transformou-se um pouco no Carnaval de Salvador. No total, foram 36 horas de filmagens com câmaras de 16 mm. O festival contou com a participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Gilberto, Maria Bethania, Dorival Caymmi, do trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar, Moraes Moreira, Gal Costa, Batatinha, Naná Vasconcelos, além de grupos de capoeira e candomblé. Ao todo, 150 artistas participaram das gravações. Segundo os organizadores, em média, 15 mil pessoas prestigiaram o evento por dia. "O resultado é pura mestiçagem: o barroco baiano fundindo-se com as paisagens barrocas romanas", disse o diretor carioca Paulo César Saraceni. O filme somente foi concluído no ano passado. Uma briga entre Gianni Amico e produtores italianos na Justiça adiou o lançamento nacional do filme "Bahia de Todos os Sambas". Canções e debates No filme, João Gilberto interpreta "Estate" em italiano, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Roma. O compositor Batatinha, que morreu este ano, resgata antigos sambas da Bahia. Caetano Veloso e Dorival Caymmi conversam sobre cultura brasileira em frente ao Fórum de Roma. Caetano também canta "Eu Sei Que Vou Te Amar" (de Vinicius de Moraes e Tom Jobim) e o samba enredo da União da Ilha de 83. Em outra tomada, Caymmi e Caetano comentam as semelhanças entre Roma e Salvador. Caymmi conta ainda para Caetano como ensinou a Carmem Miranda os trejeitos baianos que se tornaram marca registrada da cantora na interpretação de "O Que É Que a Baiana Tem?". O filme traz também depoimentos de dona Lucia Rocha, mãe de Glauber, e de Paloma, filha do cineasta. A obra foi lançada oficialmente no Festival de Veneza do ano passado. Depois, o filme foi exibido no Festival de Havana (Cuba). "Bahia de Todos os Sambas" foi apresentado ainda em rede nacional por um canal de TV paga da Itália. Após a estréia nacional no Cine-Teatro do Sesc, "Bahia de Todos os Santos" permanecerá em cartaz no Cinema do Museu, no centro de Salvador, a partir de quinta-feira, em sessões às 19h e 21h. Texto Anterior: Herchcovitch brilha com nova alfaiataria; Haten acerta a mão Próximo Texto: 'Não faço apologia a drogas', diz Saunders Índice |
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