São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997
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Partidos intensificam disputa por cargos

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os partidos políticos aumentaram a disputa pela filiação de novos deputados na expectativa de conseguir maior espaço nas comissões da Câmara. O prazo de filiações para efeito de distribuição dos principais cargos do processo legislativo vence hoje à tarde.
O PT, o PDT e o PC do B formalizaram ontem o bloco das oposições. Juntos, terão 84 deputados e a quarta maior bancada.
Se forem mantidas as bancadas atuais até o encerramento do prazo, a oposição terá a quarta preferência de escolha, podendo ficar com a presidência de uma das mais importantes comissões da Câmara, como a de Finanças e Tributação ou de Fiscalização e Controle.
A formação do bloco vai permitir que esses três partidos ocupem as presidências de três comissões permanentes da Casa.
O governo conseguiu manter o PSB fora do bloco das oposições. Com o partido presidido pelo governador de Pernambuco, Miguel Arraes, o bloco poderia chegar a formar terceira maior bancada.
O PFL, o PMDB, o PSDB e o PPB, partidos aliados ao governo, ainda esperam filiações hoje, mas evitam divulgar o nome dos deputados ou o número de adesões.
Ontem, com a entrada de dois deputados paraenses no PSDB, Anivaldo Vale (ex-PPB) e Hilário Coimbra (ex-PTB), o partido somou 94 deputados, atingindo a posição de terceira maior bancada. Até ontem, o PFL tinha 105 deputados, o PMDB, 97, e o PPB, 81.
Os cargos de presidente e relator das comissões especiais, incluindo emendas constitucionais e medidas provisórias, serão divididos entre PFL, PMDB e PSDB, segundo acordo de líderes governistas. Pelas regras de funcionamento da Câmara, esses cargos cabem apenas aos dois maiores partidos.
Liderança
O PSDB não desistiu de tentar ocupar a liderança do governo na Câmara, cargo atual do deputado Benito Gama (PFL-BA).
Os tucanos entenderam que a declaração do porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, de que Benito ficaria no cargo "por enquanto" foi um sinal de que deverá haver substituição na função.
"Por enquanto pode ser um dia, dois dias ou um ano", disse o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). "Meu instinto feminino diz que José Aníbal será ainda o líder do governo", afirmou o secretário-geral do PSDB, Arthur Virgílio (AM).
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), também continua negociando para manter Benito Gama no cargo. "O líder (Benito) fez um bom trabalho e deve ficar."

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