São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997 |
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Pitta tenta 'clonar' Maluf em inauguração
FABIO SCHIVARTCHE
Abandonando a seriedade que marcava seus discursos em inaugurações de obras, tanto como secretário municipal de Finanças quanto no início de sua gestão como prefeito, Pitta passou a utilizar técnicas de comunicação empregadas por seu padrinho político, o ex-prefeito Paulo Maluf. Em sua nova fase, ele grita para o público -"que festa alegre" ou "é ou não é"- , pára o discurso para agradecer os aplausos e faz questão de acenar e mandar beijinhos para a população. Ontem pela manhã, na chegada do prefeito para a inauguração de prédios do Projeto Cingapura na Chácara Bela Vista, na Vila Maria (zona norte de São Paulo), Pitta foi abordado por uma multidão de moradores. Muitas mulheres tentavam se aproximar do cordão de isolamento formado por guardas-civis. Algumas, mais exaltadas, gritavam. "Lindo, olha para cá, me dá um beijo", disse uma moradora que não quis se identificar. Segundo policiais, havia cerca de 600 pessoas na festa de inauguração, que teve banda de música e show de fogos de artifício. Assim como nas inaugurações de Maluf, havia alguns animadores de auditório entre os moradores -pessoas que vão a todas as entregas de obras, cantam gritos de guerra e aplaudem os discursos, mas negam que sejam pagas pela prefeitura -que também nega a contratação dessas pessoas. Depois de descerrar a placa, Pitta inspecionou o apartamento número 11, o mesmo que Maluf, por superstição e por ser o número de seu partido (PPB), visitava em toda inauguração de Cingapura. "É um número de sorte que, de fato, comprovou ser um bom número, tanto no primeiro quanto no segundo turno (das eleições municipais de 1996)", disse Pitta. Segundo o prefeito, sua comunicação com a população sempre foi franca e cordial. "Esse clamor que recebo das pessoas renova as energias, me deixa orgulhoso." Painéis Ontem, foram entregues 420 apartamentos do Cingapura, que beneficiarão sete favelas da região. A novidade foi a instalação de um painel decorativo afixado na parede lateral de um dos prédios. É uma pintura do artista plástico Ciro del Nero, chamada "Chuva", que foi paga pelas empreiteiras. No total, serão instalados em outras unidades 24 painéis semelhantes, feitos por outros artistas. Texto Anterior: Pitta quer priorizar obra de corredor na zona sul Próximo Texto: Clonagem de ovelha só podia vir da Escócia Índice |
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