São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997
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Indústria mantém o ritmo forte

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista continua com um ritmo forte de atividade, indo contra a expectativa do governo de desaceleração natural da economia. Em janeiro, diz a Fiesp, o INA (Indicador do Nível de Atividade) ficou 0,3% acima do de dezembro, descontados os efeitos sazonais de final de ano.
Por esse mesmo critério, as vendas reais da indústria cresceram em janeiro 4,8% sobre dezembro.
O fato de as vendas terem crescido acima do nível de atividade indica que parte dos estoques está sendo "queimada", de acordo com Boris Tabacof, diretor da Fiesp.
Ele concorda que não é possível afirmar que a indústria paulista esteja, na média, reduzindo o seu ritmo de atividade.
Para ele, porém, também não é possível dizer que os negócios estejam excessivamente aquecidos.
"Na margem, quando se olha mês contra mês, a atividade da indústria está praticamente estável."
Quando se compara a janeiro de 96, o crescimento é expressivo: o nível de atividade cresceu 12,4%, e as vendas reais, 11,7%.
No entanto, a base de comparação é fraca, ou seja, as vendas em janeiro de 96 não foram bem.
Tabacof avalia que é possível manter o atual ritmo sem problemas de abastecimento ou mesmo pressão sobre os preços.
"Mesmo quando se olha para a balança comercial é preciso cuidado. A análise tem de ser detalhada, já que as pressões são localizadas."
Tabacof diz que, no caso das importações industriais, é de esperar a manutenção do atual ritmo.
Pró-aquecimento
Para o economista Odair Abate, do Lloydes, a pesquisa é um indicador "pró-aquecimento".
"O crescimento sobre dezembro é um indício relevante. Mostra que, se continuarmos nessa direção, o governo precisará agir", diz.
Outro número vai no mesmo sentido: 68% dos US$ 5,6 bilhões importados em dezembro de 96 são de bens ligados à indústria.

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