São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ex-líder dos Waterboys aposta no rock básico em disco solo
RUBENS LEME DA COSTA
Scott resolveu terminar o grupo, logo após a excursão que promovia o último disco, "Dream Harder" (92), por achar que os Waterboys já haviam se esgotado. "Foi muito bom o tempo em que trabalhamos, mas os meus projetos não cabiam mais na banda, e por isso resolvi terminar o grupo", afirmou o cantor à Folha. Mike Scott deve lançar seu segundo disco solo, provisoriamente intitulado "Tree of Stars", em maio ou junho. Para Scott há uma diferença entre esse novo trabalho e seu disco anterior, "Bring 'em All In", de 95: "Meu segundo disco é muito mais poderoso, instrumentalmente falando, já que optei por um lado mais intimista em 'Bring' ". * Folha - Como foi o final dos Waterboys? Scott - Foi um período meio doloroso, já que fiquei ligado a eles um bom tempo. Ao mesmo tempo, me senti bem, pois pude fazer algumas coisas que sempre quis. Folha - Mas a banda sempre teve outros projetos. Karl Wallinger, por exemplo, montou o World Party. Scott -É verdade, mas era um lance dele. Steve Winckham (violinista), também tocou em alguns discos de outros caras, como o U2, mas nem por isso optou por sair. Folha - Mas Steve entrou a partir de "Fisherman's Blues" (89). Scott -Mas sempre tocou conosco. Ele é um grande músico. Folha - Vocês fizeram muito sucesso com a música "The Whole of the Moon" (86) e, quando todo mundo esperava um novo disco nos mesmo moldes, vocês lançam um disco folk, "Fisherman's Blues". Por que a mudança? Scott - Foi uma evolução natural, já que queríamos voltar a nossas raízes e "Fisherman's" resgata um pouco esse lado nosso. Folha - Vocês musicaram um poema de W. B. Yeats, não? Scott -Sim, "Stolen Child". Eu sempre amei Yeats. Essa música está também numa coletânea em homenagem a ele, que foi lançada neste ano (veja texto ao lado). Folha - Rod Stewart é um dos seus ídolos? Scott -Gosto de sua fase mais "bluesy", quando tocava com os Faces, e de seus primeiros discos solos. Depois... Folha - Muitas pessoas o comparam a Neil Young e Bob Dylan. Scott - Já me compararam também a Bono, do U2. Eu adoro Young e Dylan, quem não gosta? Mas meu favorito é Van Morrison. Folha - E o U2? Scott -Eles são OK, mas gostei mais deles no passado. Folha - Você pretende tocar no Brasil? Scott - Sempre gostei de viajar, mas nunca recebi um convite para tocar em seu país. Quem sabe agora não vou? Folha - Qual a expectativa para o novo disco? Scott - Sinto que é a melhor coisa que já fiz. Estou hoje mais maduro, mais sossegado. Nos tempos dos Waterboys existia muita pressão e briga entre nós. Agora eu contrato os músicos e eles executam. Simples e direto. Texto Anterior: Álbum é pretensioso e sem equilíbrio Próximo Texto: CDs de programa de rádio dos EUA são lançados no Brasil Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |