São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997 |
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Caymmi e Caetano conversam no filme
PATRICIA DECIA
Segundo ele, Leon Hirszman tinha uma outra visão do que fazer com as 36 horas filmadas em Roma, propondo novas tomadas na Bahia. "Como fiquei o único vivo, prevaleceu minha idéia", disse Saraceni. O resultado é a exibição de trechos dos shows e de curtas conversas, como a de Caetano Veloso e Dorival Caymmi, talvez a melhor coisa de "Bahia de Todos os Sambas". Num intervalo dos ensaios, os dois comentam como Salvador e Roma são iguais. "Estou aqui na Roma branca ao lado do papa da Roma negra", diz Caetano. Duas baianas, passeando pela cidade, fazem a mesma comparação. Uma chega a apontar, numa praça, as semelhanças com o Terreiro de Jesus. "Tem até a banca de jornal", diz. Carmem Miranda, a quem Caymmi ensinou todos os trejeitos, também é citada. "Caymmi é Carmem Miranda em marcha lenta", disse Caetano, sobre a maneira dos dois de revirar os olhos enquanto cantam. A filmagem do show de João Gilberto é outro ponto alto, revelando todas as expressões do músico no palco. É surpreendente acompanhar tão de perto as mudanças de seu rosto durante as interpretações, como em "Insensatez". O final apoteótico é a apresentação de Armandinho e o trio elétrico Dodô e Osmar no meio da piazza Navona, completamente lotada. "A polícia impediu o trio de andar e tivemos que ficar parados fazendo um show de umas duas horas", disse Osmar Macedo. (PD) Texto Anterior: 'Bahia de Todos os Sambas' chega ao país Próximo Texto: Exibição de 'Lista de Schindler' na TV provoca polêmica Índice |
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