São Paulo, sábado, 1 de março de 1997 |
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Em S. Paulo, maioria aprova governo FHC
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Sua melhor avaliação havia sido em dezembro de 1995, com 46% de aprovação. Porém, em março do ano passado o presidente sofreu uma queda de seis pontos percentuais e foi a 38% de ótimo/bom. Foi nesse período que FHC viveu seu "inferno astral" na opinião pública. O massacre de sem-terras em Eldorado dos Carajás (PA) fez a rejeição ao presidente subir para seu patamar mais alto, em maio. Resultado em 95 Foi a única ocasião em que os que rejeitam o governo FHC superaram os que o aprovam: 33% de ruim e péssimo contra apenas 25% de ótimo e bom. Desde então Fernando Henrique vem recuperando popularidade. Em dezembro do ano passado, ele já havia voltado ao patamar de 44% de aprovação, e sua rejeição havia caído para 14%. Reeleição O único fato recente que pode explicar o aumento de popularidade presidencial até os atuais 56% foi a aprovação, na Câmara dos Deputados, da emenda que dá a FHC o direito de disputar a reeleição em 1998. Aparentemente, sua vitória contra a oposição no plenário do Congresso injetou combustível na imagem de força e estabilidade do governo tucano. No limite, o discurso oficial propagado por meio da mídia para fazer aprovar a emenda -de que a reeleição era necessária para FHC poder dar continuidade ao Plano Real- acabou se concretizando na prática. É o que o mercado financeiro chama de expectativa auto-realizável: repete-se tantas vezes uma previsão que ela acaba acontecendo, simplesmente porque todos esperam que ela se realize. A pesquisa mostra, indiretamente, que o efeito da vitória foi muito superior ao seu preço (as notícias de práticas fisiológicas na caça de votos pró-reeleição). Real Como Fernando Henrique, a avaliação do Real está melhorando entre os paulistanos. Em fevereiro, 83% responderam que o plano é bom para o país (contra 76% em dezembro) e 76% disseram que ela é bom para si próprios (70% em dezembro). Nesse meio tempo, houve pequena variação dos indicadores econômicos e nem todas foram favoráveis ao governo: a inflação em janeiro foi 0,5% maior que a de dezembro, e o desemprego caiu de 14,2% para 13,9% (São Paulo). Entretanto, a diminuição do desemprego deve-se à saída de pessoas do mercado de mão-de-obra e não à criação de novos postos de trabalho. Ao contrário, foram extintos 36 mil postos em janeiro, na Grande São Paulo. É possível supor que a popularidade do plano está mais ligada à sua continuidade ao longo do tempo do que a resultados imediatos. Texto Anterior: Testemunha de Zélia cai em contradição Próximo Texto: Real satisfaz os de maior renda e jovens Índice |
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