São Paulo, sábado, 1 de março de 1997 |
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Temporada de cinema latino toma a França
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Com várias retrospectivas da diretora argentina María Luisa Bemberg em Paris e arredores e os próximos festivais de cinema de Lyon, Toulouse e Biarritz dedicados ao continente, a temporada de cinema latino-americano foi bem lançada na França.Em Paris, no centro de cinema Latino, especializado na produção da América Latina, atualmente é exibida uma retrospectiva da diretora argentina morta em 95, que inclui cinco filmes, em especial sua obra mais conhecida, "Camila" (1984), indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 85. A retrospectiva, que acontece até 25 de março, foi concebida pela organização cultural União Latina, com colaboração do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina e terá ainda "Momentos" (1980), "Señora de Nadie" (1982), "Yo, la Peor de Todas" (1990) e "De Eso No Se Habla" (1993), em que Marcello Mastroianni aparece cantando tangos. A retrospectiva de Bemberg também será exibida no festival de Filmes de Mulheres de Creteil, periferia de Paris, de 14 a 23 de março. "Tieta do Agreste" Em várias outras salas, também acaba de estrear "Tieta do Agreste", do brasileiro Cacá Diegues, estrelado por Sonia Braga. Baseado na novela de Jorge Amado, o filme, por sua qualidade, poderá permanecer muitos meses em cartaz, repetindo o sucesso de "Morango e Chocolate", do cubano Tomás Gutiérrez Alea. O filme "Profundo Carmesí", do mexicano Arturo Ripstein, a história de uma dupla de assassinos cujos crimes alimentam sua paixão, vem recebendo críticas excelentes. Premiado em vários festivais (Veneza, San Sebastián, Biarritz, Havana e Sundance), o filme demonstra que Ripstein é o cineasta latino-americano com mais público na Europa atualmente. Em Toulouse, Bemberg será homenageada com seus cinco filmes citados no 9º Encontro de Cinema da América Latina, entre 17 e 25 de março, que também homenageará o chileno Miguel Littin e Luis Buñuel, com a exibição de 21 obras de seu período mexicano. Para Toulouse, cidade universitária e cinéfila, também irão obras de vários cineastas como o cubano Orlando Rojas ("Papeles Secundarios"), o mexicano Jorge Fons ("O Beco dos Milagres") e o colombiano Ciro Durán ("La Nave de los Sueños). O ciclo de cinema etnológico e sociológico "O Nordeste do Brasil, o Cangaço e o Cangaceiro no Universo do Cinema Brasileiro" será apresentado com várias mesas-redondas, junto com vídeos da Argentina, Colômbia, Cuba, México, Nicarágua e Uruguai. Quase paralelamente, os "13 Reflexos do Cinema Ibérico e Latino-americano", de Lyon (entre 12 e 25 de março), mostrarão cerca de 30 filmes da América Latina, Espanha e Portugal, com debates e encontros. No Festival de Real, que acontece todos os anos no Centro Pompidou, o filme "La Memoria Obstinada", do chileno Patricio Guzmán será exibido na abertura, dia 16 de março. Diretor de "La Batalla de Chile", Guzmán volta a seu país depois de 22 anos de exílio para tentar entender "como e até onde o esquecimento imposto por Pinochet pôde destruir a memória e a energia de um povo". Na primeira semana de abril também acontecerá um ciclo de cinema chileno com uma dúzia de obras num cinema parisiense pertencente aos "Autores, Diretores e Produtores da França", durante a visita do presidente chileno Eduardo Frei ao país. Finalmente, na programação do Festival de Cinema e Cultura de Biarritz, os países cujo território forma a Amazônia ocuparão um lugar primordial com a exibição de filmes, exposições e também mesas-redondas. Texto Anterior: Documentário visita os "sobreviventes" Próximo Texto: Produtora recusa explicar afastamento Índice |
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