São Paulo, sábado, 1 de março de 1997 |
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Produtora recusa explicar afastamento
MARIANE MORISAWA
A diretora foi substituída no final de janeiro, antes do início das filmagens. Suzana diz que não sabe o motivo de seu afastamento e que não foi comunicada oficialmente pela produtora. A pré-produção da obra, baseada no livro de Rubem Fonseca, começou em agosto de 96. Em novembro, depois da escolha do elenco e locações e dos ensaios, os trabalhos foram interrompidos por falta de verbas. Em janeiro, a produção foi retomada, com filmagens marcadas para o final do mesmo mês ou começo de fevereiro. Segundo a diretora, o clima era tenso e estressante. "Esse stress me motivou a querer fazer um check-up clínico e geral antes das filmagens", disse Suzana Amaral, que só aceitou responder as perguntas por fax. "Existe um contrato entre nós, e esse contrato não foi cumprido em várias cláusulas." A diretora, porém, não quer comentar os pontos em que teria havido quebra de contrato. Procurada diversas vezes pela Folha, a produtora Scheila Feital só deu uma resposta formal sobre o assunto, por fax. "Nada tenho a responder sobre essas perguntas. Para essas questões, a imprensa trata de versões e os advogados, de fatos. Como sou apenas uma produtora, meu compromisso é com os investidores e apresentar um bom filme ao público". A produtora não quis confirmar que o afastamento de Suzana Amaral teria se dado porque o check-up atrasaria a realização do filme, acarretando um prejuízo de R$ 100 mil. A saída de Suzana Amaral provocou mudanças no elenco. Fernanda Torres, Gabriela Duarte e Antonio Calloni resolveram deixar "O Caso Morel". Calloni lamenta ter abandonado o projeto. "Saí porque eu concebi o personagem todo com a Suzana. Achei arriscado continuar", disse. Gabriela Duarte voltou de Nova York, onde fazia cursos, para trabalhar com Suzana Amaral. "Achei que, com a saída dela, teria que me envolver novamente, fazer um filme que não é aquele a que me propus." Fernanda Torres saiu há poucos dias, bem depois da substituição de Suzana por Luiz Fernando Goulart -que só ficou por uma semana no comando do filme- e, agora, por Ricardo Favilla, que já está rodando "O Caso Morel". "As filmagens foram sendo adiadas, e uma hora não deu. Grande parte do filme bacana ficou, mas é que eu não ia ter tempo para ensaiar", afirmou. O protagonista Marco Ricca afirma que Favilla é "um jovem cineasta com muita vontade". "Mas", continua, "o filme é outro". O ator diz ter recusado muitos trabalhos para estar no filme e que, por isso, decidiu não abandonar o projeto. " 'O Caso Morel' era um filme muito esperado por mim, porque era com a Suzana. O que era um grandioso projeto virou um filme, com o qual vou ter que ter muito carinho", completou o ator. Também a atriz Rita Guedes afirma ter abdicado de projetos. "A paixão pelo trabalho fala mais alto", disse, ao explicar por que permaneceu no elenco. Texto Anterior: Temporada de cinema latino toma a França Próximo Texto: Carla Camurati filma ópera em MG Índice |
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