São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Partido de Bill Clinton devolve mais US$ 1,5 mi

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O Partido Democrata, do governo nos EUA, anunciou estar devolvendo mais US$ 1,5 milhão em contribuições feitas à campanha para a reeleição do presidente Bill Clinton. Com isso, chega a US$ 3 milhões o valor de contribuições que o partido admite serem "ilegais, impróprias ou suspeitas".
Todo esse dinheiro teve como origem empresas ou cidadãos de países da Ásia. A lei eleitoral em vigor proíbe a contribuição de estrangeiros a campanhas eleitorais.
O presidente do Partido Democrata, Roy Romer, reconheceu que em 1995 e 1996 os responsáveis pela coleta de fundos para a campanha de Clinton cometeram erros por não terem checado a origem de muitas doações. Mas disse que todas as medidas para evitar que incidentes similares ocorram no futuro já foram tomadas.
O porta-voz de Clinton, Mike McCurry, afirmou que o presidente "acredita que as providências adequadas para corrigir os erros identificados estão sendo tomadas". Romer pediu a ajuda do Partido Republicano, de oposição, para mudar a legislação eleitoral e torná-la mais rigorosa.
Além das acusações do caso Asiagate, a campanha de Clinton também tem sido alvo de críticas por ter permitido acesso à Casa Branca, sede do governo dos EUA, e ao presidente, para milhares de pessoas que lhe deram dinheiro, mesmo inúmeras com condenações criminais.
Entre outros, um contrabandista de armas chinesas, um empresário libanês procurado pela Interpol, um traficante de drogas e um sonegador fiscal tomaram café com Clinton na Casa Branca depois de terem doado US$ 50 mil cada.
Segundo Romer, o Partido Democrata de agora em diante proibirá seus cabos eleitorais de prometer visitas à Casa Branca em troca de contribuições e pedirá à polícia federal que cheque os antecedentes de qualquer pessoa encaminhada para encontros com o presidente ou o vice-presidente.
A campanha de Clinton também está sob suspeita de ter aceitado a ajuda de diplomatas chineses no seu esforço de arrecadar doações entre empresários sino-americanos. A polícia federal está investigando possível ingerência de diplomatas chineses em campanhas para deputado e senador, além da campanha presidencial.
(CELS)

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