São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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MST expulsa embriagados

PATRICIA ZORZAN
ENVIADA ESPECIAL A SÃO SIMÃO

O controle do consumo de álcool é a maior dificuldade encontrada pelos 80 homens que cuidam da segurança da Marcha Nacional pela Reforma Agrária, Emprego e Justiça.
A bebida não é proibida na caminhada até Brasília, mas a coordenação da caminhada exige controle na hora do consumo.
"Eles são livres para fazer o que quiserem, mas têm de saber beber, não podem incomodar os companheiros", declarou Joaquim Modesto, coordenador da segurança.
Segundo ele, as cinco expulsões que aconteceram no último final de semana foram provocadas pelo abuso de bebida. "Eles exageraram e depois não conseguiam andar nem cumprir o regulamento. Mas foram só esses casos", disse.
As brigas entre os sem-terra, de acordo com ele, são raras e nunca passam de discussões. "Não precisamos nem interferir, eles sempre acabam se entendendo."
O fato de cada segurança ser responsável por pelo menos sete das 600 pessoas que participam da caminhada não é visto como um problema. "Achei que seria pior. O pessoal que veio está acostumado com regras e por isso não dá muito trabalho", disse Modesto.
A preocupação com o trânsito é uma das prioridades do grupo, já que a caminhada tem sido feita pelo acostamento da Anhanguera.
Quando a marcha atravessa cidades, os trabalhadores têm de controlar o tráfego: "Nunca se sabe o que esperar. Em Vinhedo, um homem jogou o carro em cima de nós. Temos de tomar cuidado, sempre há gente contra a reforma agrária", disse Modesto.
À noite, quatro homens são destacados para vigiar os alojamentos. Ontem a marcha passou a noite na região de São Simão (SP). O grupo segue hoje para Cravinhos.

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