São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fenatec deve repetir desempenho de 96

CLAUDIA GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 250 expositores presentes na 31ª Fenatec (Feira Internacional de Tecelagem) devem comercializar, em média, dois meses de produção. Essa é a estimativa do presidente do evento, Manoel Telles de Souza.
Muitos expositores, no entanto, não se mostraram muito animados quando o assunto era vendas.
Caso se confirme, esse desempenho terá sido apenas igual ao da feira de março do ano passado.
A Fenatec ocorre três vezes por ano. Nesta versão, estão sendo lançadas as coleções primavera-verão 97-98.
Entre os expositores que se declararam mais interessados em lançar produtos à comercializar grandes volumes está a Braspérola.
"Essa coisa de vender é um engano. A gente não vem aqui para comercializar estoque e sim para lançar moda", diz Carlos Reis, diretor de produto da empresa.
Outra que veio com a intenção de mostrar seus produtos foi a Du Loren, que participa da feira pela primeira vez, representada por sua divisão de tecidos.
"Quero marcar presença na feira. Se eu vender será ótimo. Se não vender também terá sido muito bom", conta Roni Argalji, vice-presidente de operações da Du Loren.
Mesmo quem espera vender, como a malharia gaúcha Pettenati, não prevê crescimento nos negócios. A estimativa é que o evento gere a comercialização de um mês de produção, repetindo o desempenho da feira primavera-verão do ano passado.
O desânimo talvez se deva à forte concorrência externa que o setor tem sentido após a abertura do mercado nacional.
Aron Rosset, da Rosset Tecidos, é um dos poucos otimistas: ele acredita que os negócios gerados pela feira devem crescer 30% com relação aos do ano passado.
Mas o otimismo tem razão de ser. A maior parte dos tecidos fabricados pela Rosset se destina à confecção de moda praia, que não sofreu tanto com a concorrência externa.
"Em termos de biquínis e maiôs, nós, brasileiros, não temos concorrentes. Nessas linhas, os chineses não têm nem preço, nem qualidade", afirma Rosset.
Novidades
O couro vegetal é o grande lançamento da 31ª Fenatec. O produto será colocado no mercado através da parceria entre a Braspérola e a empresa carioca Kouro Vegetal.
O nome couro vegetal é um "apelido" do produto three tap, que é confeccionado com algodão e látex e se parece com o couro animal -além de custar 30% menos.
Segundo João Augusto Fortes, proprietário da Kouro Vegetal, o novo produto tem um apelo ecológico muito forte, pois é produzido por índios das tribos amazônicas Kaxinawa e Yawanawa. "E esse tipo de apelo pode ajudar a impulsionar nossas exportações."

31ª Fenatec e 7ª Bitmex - Pavilhão de Exposições do Anhembi, de 4 a 7 de março, das 10h às 19h. Só para profissionais do setor.

Texto Anterior: Preços dos aluguéis têm queda em SP
Próximo Texto: Setor têxtil vai definir cotas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.