São Paulo, quinta-feira, 6 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LBV dá trabalho no campo e assistência

LÉO GERCHMANN
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A LBV (Legião da Boa Vontade) de Glórinha (região metropolitana de Porto Alegre/RS) desenvolve um projeto que permite a meninos órfãos ou abandonados, entre 6 e 18 anos, criar gado e plantar arroz, feijão, milho e hortaliças.
Junto ao trabalho no campo -86 hectares no km 26 da RS-30-, os meninos têm alojamento, assistência social, atendimento psicológico (individual e em grupo), educação de base em escolas estaduais, estudos em salas de reforço escolar, saúde, atividades esportivas e recreativas.
O projeto tem como origem o Lar Agrícola e Industrial São Francisco de Assis, fundado em 23 de maio de 1960. Desde que a LBV assumiu o serviço, ele passou a se chamar "Lar e Parque Alziro Zarur" -nome do fundador da LBV.
"Não é uma creche, está mais para um internato que, em vez de prender a criança, procura atraí-la, adequando-a ao convívio social", disse a responsável pelo departamento de Relações Fraternais (uma espécie de relações-públicas) da LBV, Vera Quednau.
Os responsáveis pela organização se orgulham de um número que, segundo eles, comprova o tratamento diferencial dado aos meninos: o índice de fugas registradas, corriqueiras em internatos comuns, é zero.
A LBV é uma entidade ecumênica fundada em março de 1949, que funciona em todo o Brasil e prega a filosofia espiritualista (que defende a idéia da fraternidade e da eternidade da alma, sem vínculo com religiões). O diretor-presidente da entidade é o carioca José de Paiva Netto.
Cinquenta e duas crianças participam hoje do projeto, devendo passar a cem até o mês de maio -outras 48 já estão inscritas.
Os meninos são originários de diversos municípios do Rio Grande do Sul -a abrangência do projeto é estadual. Eles são indicados pelo conselhos tutelares, em uma espécie de convênio com a LBV, e passam por uma triagem que resulta na opção pelos necessitados.
Os recursos vêm de doações e da venda de hortaliças, mel e pão caseiro produzidos pelos meninos.

Texto Anterior: Mais dez sem-teto são contratados
Próximo Texto: "Inteligência emocional" é avaliada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.