São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997 |
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Professora primária é acusada de racismo Irmãos dizem ter sido ofendidos ADRIANA BRUNO
Os irmãos Leonardo, 9, e Marcos Vinícius da Silva Oliveira, 7, afirmam que a professora teria dito a eles que o máximo que poderiam ser na vida seria "maconheiros e catadores de latinhas na favela". A professora teria dito isso depois que os garotos afirmaram querer seguir a carreira médica. Outros alunos da segunda série B da escola confirmaram o fato. A professora nega-se a dar entrevistas, limitando-se a dizer que qualquer declaração sua poderá parecer que fez o que não fez. Sindicância A mãe dos garotos, Vera Lúcia da Silva, procurou a professora para esclarecer o caso. "Ela disse que o pessoal da Rocinha não tinha entendido o que ela quis dizer. Depois eu percebi que ela estava me chamando de favelada", disse Vera Lúcia. Os dois garotos moram com os pais em uma casa própria, de cinco cômodos, no bairro de Cidade Ocian, e não em uma favela. Diante da resposta, a mãe denunciou o caso à Secretaria Municipal da Educação. "Essa professora não pode mais agir dessa maneira", disse Vera Lúcia. A mãe disse que os meninos não faltavam às aulas e que, depois do episódio, não querem mais voltar à escola. A assistente Ivanira Pedroso, da Secretaria de Educação de Praia Grande, afirmou que foi aberta uma sindicância para apurar o caso. "Se ficar comprovado, a professora será punida. Ela receberá uma advertência ou até uma suspensão", disse. Afastamento A diretora-presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra, Alzira Rufino, afirmou ontem que a entidade vai tomar as medidas jurídicas necessárias contra a professora. Texto Anterior: Brasileiro clandestino deve ser deportado até o final de semana Próximo Texto: Justiça do RS suspende comercial de loja de roupa Índice |
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