São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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FONTES DE RISCO

Energia. Desde que o homem é homem, sempre a utilizou, seja na forma de rudimentares fogueiras ou, mais modernamente, em usinas nucleares. Esta última sempre assustou boa parte da população. E não é à toa: os acidentes ocorridos em Tchernobil (na então União Soviética), Three Mile Island (EUA) ou Windscale (Reino Unido) são provas bastante consistentes do risco envolvido nesse tipo de tecnologia.
É preciso, contudo, reconhecer que a segurança desses engenhos vem progredindo, muito embora seja extremamente difícil garantir os 100%, como, de resto, ocorre com hidrelétricas e termoelétricas.
É justamente esse investimento em segurança que vem encarecendo esse polêmico tipo de usina. Um problema ainda maior é a questão do lixo nuclear, dejetos cujos efeitos nocivos para qualquer ser vivo duram dezenas de milhares de anos e para os quais a humanidade ainda não encontrou -e dificilmente o fará- uma solução totalmente segura.
Embora o ritmo de construção de usinas movidas a energia atômica tenha caído de forma acelerada (na Europa Ocidental, apenas a França ainda as constrói), seria precipitado anunciar o fim da era da energia nuclear. É provável que centrais de menor porte venham a ser erguidas para atender a demandas específicas.
A alternativa, para a Europa, são as termoelétricas, cuja tecnologia atual as torna pouco poluentes em termos locais, mas que inevitavelmente contribuem para o chamado efeito estufa, o aumento progressivo e global da temperatura atmosférica, com consequências potencialmente perigosas, como o aumento dos níveis das águas dos mares.
A humanidade, desde que entrou na era científica, vem criando tanto soluções como problemas. Equacionar essa aparente incoerência, de efeitos diversos no cotidiano mundial, consiste em um dos maiores desafios para o século que se avizinha.

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