São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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Dinheiro de Ramos pode estar 'espalhado'

FERNANDO RODRIGUES
FERNANDO GODINHO

FERNANDO RODRIGUES; FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Extratos do Merrill Lynch revelam que ex-coordenador de Pitta movimentou menos de US$ 2 mi nos EUA

Um histórico de todos os extratos das contas bancárias que o ex-coordenador da Dívida Pública da Prefeitura de São Paulo Wagner Baptista Ramos tem nos bancos Merrill Lynch e Northern Trust International, nos Estados Unidos, demonstra que ele movimentou menos de US$ 2 milhões desde a abertura.
Essa informação foi apurada pela Folha junto a agentes do mercado que tiveram acesso a um levantamento com todos os extratos dessas contas.
O valor total que Wagner Ramos, como pessoa física, mantém de saldo nesses dois bancos gira em torno de US$ 1,5 milhão.
Esse valor é compatível com os já divulgados pela Folha. Ramos teria duas contas. Uma em Miami, com US$ 1,041 milhão. E outra em Nova York, com cerca de US$ 250 mil.
Os agentes do mercado consultados pela Folha disseram ter certeza que Wagner Ramos não movimentou todos os ganhos dos seus lucros com títulos por essas contas, como chegou a ser aventado pela CPI dos Precatórios.
Havia um boato, na CPI, de que a conta nº 16320510 de Wagner Ramos no Northern Trust seria uma espécie de canal de distribuição de aproximadamente US$ 40 milhões -emitidos pela Perfil, empresa na qual Ramos operava. Isso não é verdade.
O dinheiro deve mesmo ter sido remetido ao exterior, mas não passou pelas contas de Wagner Ramos como pessoa física no Merrill Lynch ou no Northern Trust.
Uma possibilidade, segundo a Folha apurou, é que Ramos e outras pessoas ligadas ao esquema teriam criado alguma empresa no exterior e aberto contas bancárias em nome dessas empresas.
A CPI investiga já há duas semanas a existência de uma empresa de Ramos em Nova York, possivelmente em sociedade com Celso Pitta, prefeito de São Paulo e ex-secretário de Finanças da cidade.
Pitta nega a existência dessa empresa e desafia alguém na CPI a provar isso.em todo o direito de não revelar à CPI o nome do autor da proposta. "Ele depôs como testemunha, mas está sob investigação e provavelmente será réu de um processo. Ninguém é obrigado a dizer coisas que possam ser auto-incriminadoras."
O advogado criminalista Miguel Reale Jr. diz que Calabria poderia ser processado por "calar a verdade" porque, como vítima de tentativa de suborno, não estaria se incriminando se dissesse quem tentou suborná-lo.onsideram que a privatização da Vale do Rio Doce seria um projeto do governo contrário aos "interesses da nação".
O manifesto foi redigido em reunião na sede do Con

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