São Paulo, sábado, 8 de março de 1997 |
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Buenos Aires vence duelo para 2004
RÉGIS ANDAKU
O COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou ontem, em Lausanne, na Suíça, as cinco cidades que continuam na "guerra" para organizar a 28ª edição dos Jogos. Além da capital argentina, Atenas (Grécia), Cidade do Cabo (África do sul), Roma (Itália) e Estocolmo (Suécia) foram escolhidas por 14 delegados do COI. Em setembro, se define a sede, com votos de 111 membros do COI. Estão fora da briga, assim como o Rio de Janeiro, San Juan (Porto Rico), Istambul (Turquia), São Petersburgo (Rússia), Lille (França) e Sevilha (Espanha). Erro de interpretação "Foi uma imensa surpresa" disse Ronaldo Cezar Coelho, presidente do Comitê Rio 2004. "Acreditava que iríamos à final. Quando o COI anunciou que eram cinco as finalistas, aí eu tinha certeza", acrescentou. A confiança brasileira se devia à apresentação do grupo aos 14 eleitores do COI, anteontem. Após a exposição da candidatura, nenhuma pergunta foi feita. E a comitiva recebeu aplausos. Aos argentinos, diferentemente, foram dirigidas oito questões. O Rio 2004 via nisso um claro sinal da preferência dos sisudos delegados pela capital fluminense. Jogos do Mercosul Apesar da derrota para seus tradicionais rivais, os brasileiros tornaram público o apoio a Buenos Aires na segunda fase. "Essa tem de ser a Olimpíada do Mercosul. Se a Argentina ganhar, nós, como vizinhos e amigos, também ganharemos", afirmou o ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, a grande estrela da comitiva brasileira. "Apoiar Buenos Aires é a opção mais coerente agora. É natural que estejamos com nossos amigos argentinos", disse Coelho. Essa não é, todavia, a opção mais coerente para o Brasil. Lançada ontem, a idéia de concorrer aos Jogos de 2008 fica praticamente inviabilizada com a vitória de uma cidade sul-americana para os Jogos de 2004. Mas os brasileiros, aparentemente, desconsideram isso. "O sonho de ter uma Olimpíada no Rio se tornou um projeto permanente", afirmou Coelho. "É só trocar o 4 pelo 8", sugeriu Luiz Paulo Conde, o prefeito. Buenos Aires A candidata sul-americana que sobreviveu à "peneira" do COI tem como pontos fortes, segundo o próprio comitê, ótimas telecomunicações e o projeto de construir um "corredor olímpico". LEIA MAIS sobre a desclassificação do Brasil na pág. 3-12 Próximo Texto: Argentinos, discretos, comemoram com um balão Índice |
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