São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Na televisão, uma chance para mudanças

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, nas negociações sobre os direitos de transmissão de futebol pela TV pode estar um passo à frente. As TV podem organizar o calendário. Vamos assistir.
*
Marcelinho não teve comportamento profissional ao criticar o jogo do patrocinador.
Mas o patrocinador não pode prejudicar o patrocinado. O jogo promocional da terça, em Salvador, na semana de um clássico, era ruim para o time.
Aliás, outro grande erro do patrocinador, no afã de popularizar a sua marca, foi o de incluir o nome do banco no nome do time do Vitória.
Não é esse tipo de marketing imediatista, que mais atrapalha do que ajuda a manter as identidades dos clubes -fundamentais para termos um futebol forte-, o ideal para o Brasil.
Como os times estão pobres, eles tendem a aceitar qualquer proposta. Mesmo que ela destrua a própria marca, o patrimônio mais valioso do clube.
*
Como eu havia anunciando, aos sábados, passarei a dar aqui nesta coluneta a seleção dos jogadores mais elegantes de todos os tempos.
O critério aqui não é o do melhor jogador -embora muitos deles frequentem também a lista da seleção dos melhores de todos os tempos de muita gente boa por aí.
O critério para a seleção dos jogadores que entra aqui é do porte, do jeito de tratar a bola, do estilo, da maneira de usar o uniforme e, muitas vezes, até da delicadeza com que tratavam essa dama inacessível que é bola.
Enfim, uma seleção dos finos e elegantes, dos glamourosos do mundinho do futebol.
Ninguém, no Brasil, mais apropriado para começar a escalar essas seleções do que Paulo Roberto Falcão, o rei de Roma, senhor da elegância entre os elegantes da Itália, certamente um dos jogadores mais finos no trato da bola de todos os tempos.
Sua única ressalva foi a de que só escalaria jogadores que viu atuando de perto (no estádio ou jogando contra ele), eliminando os jogadores do passado (dele, Falcão) ou que ele só viu nas transmissões de jogos pela televisão.
Aí vai portanto a nossa primeira seleção, a dos mais elegantes jogadores de futebol feita por Paulo Roberto Falcão:
Albertozzi (goleiro, jogou no Milan); Carlos Alberto (lateral-direito, Santos, Fluminense), Schirea (deslocado para o miolo da zaga, Juventus, de Turim), Kroll (holandês que também jogou pelo Napoli) e Fachetti (lateral-esquerdo, Internazionale, de Milão); Beckenbauer (adiantado para o meio-campo, Bayern, de Munique), Ademir da Guia (Palmeiras, jogou contra Falcão na primeira partida profissional que o então jogador do Internacional disputou em São Paulo), Pedro Rocha (meia uruguaio que, como Falcão, atuou no São Paulo), e Antonioni (Fiorentina); Johann Cruyff (meia-atacante, Ajax e Barcelona) e Sócrates (atacante, Botafogo de Ribeirão, Corinthians, Fiorentina e único companheiro de Falcão na seleção brasileira de 82 que entrou na lista).
Falcão, elegantemente, "incluiu-se fora" da sua própria seleção.

Texto Anterior: Havelange sai pelos fundos
Próximo Texto: Anteontem
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.