São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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Boni deixa comando de operações da Globo

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Mudanças na cúpula da Rede Globo e da TVA (empresa que centraliza os negócios de TV paga do grupo Abril) estão agitando o mercado de televisão.
José Bonifácio Sobrinho, o Boni, deixa o cargo no comando das operações da TV Globo para assumir uma vice-presidência (ainda sem nome) na mesma empresa.
Roberto Irineu Marinho, vice-presidente executivo da Rede Globo, nega que Boni esteja perdendo poder.
"Ele deixa a operação e fica livre para cuidar da estratégia da televisão. Não é uma função menor. Pelo contrário. Queremos mais do Boni", diz Marinho.
Segundo Roberto Irineu Marinho, Boni continua sendo o responsável pela grade de programação, aprovação de programas e novelas, controle de qualidade, contratação de autores, diretores e atores e consultoria para novos negócios.
Apesar das declarações dadas por Roberto Irineu Marinho, a avaliação dentro da emissora é a de que Boni foi transformado em um consultor de luxo, ao passo que Marluce Dias, superintendente-executiva, estaria cada vez mais forte. A partir de agora, ela passa a comandar também os destinos da Globosat.
Boatos
O diretor-geral da Globosat, Alberto Pecegueiro, que respondia diretamente ao conselho da Globopar (Globo Participações), ou seja, aos Marinho, passou a se reportar a Marluce Dias.
Com a mudança, circularam boatos de que Pecegueiro estaria deixando a empresa, o que ele negou, em entrevista à Folha.
Segundo Roberto Irineu Marinho, a Globosat (programadora de canais pagos) nasceu fora da Rede Globo, mas sob o controle de Boni.
"Como todo o acervo de vídeo do grupo está na Rede Globo, a junção das duas empresas faz todo o sentido. Nossa estratégia é juntar as empresas por áreas de negócios", diz ele.
Marinho diz que, entre os novos produtos em estudo na Globo, está o lançamento de um canal para TV paga com acervo do cinema nacional, outro só com acervo de programação da Globo e o ingresso do grupo na indústria do cinema.
TVA
Enquanto a Globo desmentia boatos sobre demissão e enfraquecimento de executivos, a TVA, do grupo Abril, confirmou o afastamento de seu diretor de programação, Marcos Amazonas, depois de três anos no cargo.
Amazonas limitou-se a dizer que estava insatisfeito no cargo e que apresentou seu primeiro pedido de demissão em agosto do ano passado.
Ele disse que vai abrir uma empresa de consultoria e que dará assessoria à própria Abril.
Mais mudanças
A vice-presidente de assuntos corporativos da Abril, Fátima Ali, confirmou também que a TVA terá um novo diretor-superintendente, cujo nome será anunciado, provavelmente, na semana que vem.
Desde o início do ano passado, quando Walter Longo deixou a TVA, o cargo vinha sendo ocupado por Cláudio Dascal, que acumulava também a função de vice-presidente da Abril.
Segundo Fátima Ali, a acumulação dos cargos era uma solução transitória.

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