São Paulo, sábado, 8 de março de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"Drácula" de Antunes estréia em Madri
NELSON DE SÁ
A peça roteirizada e dirigida por Antunes Filho recebeu críticas favoráveis dos principais jornais da cidade. As críticas, entre elas a do jornal "El País", republicada ao lado, foram enviadas à Folha pelo próprio diretor. Os textos identificam as imagens do espetáculo com o neonazismo europeu e falam em "atrevido experimento" ("ABC") e "magnífico trabalho de conjunto ("El Mundo"). Antunes Filho, comentando a estréia espanhola do espetáculo apresentado em São Paulo no final do ano passado, comparou a recepção da montagem nas duas cidades e declarou, sobre a sua presente condição no teatro brasileiro: "Eu sou banido". Acrescentou o diretor: "Houve uma época em que o meu grupo, o Macunaíma, era de resistência. Agora, não. É banido". Disse que, na Espanha, "Drácula" teve a sua mensagem antifascista afinal reconhecida, o que não teria acontecido no Brasil, inclusive na identificação da "estética do nazismo" usada na montagem. Criticou a crítica. "O Décio (de Almeida Prado) deveria voltar, o Sábato (Magaldi) deveria voltar", disse Antunes, referindo-se a dois críticos hoje afastados da cobertura diária. "Eles fazem falta." A estréia da montagem no teatro Olimpia foi acompanhada pelo elenco regular do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Teria sido levantada, em conversa posterior, a possibilidade de um trabalho conjunto de ambos. O diretor brasileiro desmentiu. Ele confirmou um convite para uma temporada de um mês em Londres, mas disse que ainda não foi fechada a viagem. (NS) Texto Anterior: Cultura fica abaixo da inflação zero Próximo Texto: Personagem aproxima-se de Hitler Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |