São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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Gilberto Miranda - 2

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - O senador Gilberto Miranda (PFL-AM) envia carta para reclamar da coluna de quarta-feira, cujo título era "Gilberto Miranda".
O senador escreveu dez parágrafos e usou 337 palavras. Acusa a coluna de praticar "jornalismo malicioso" e de ter "má intenção", além de publicar "meias-verdades", "prejulgamentos" e "maquiavelismos".
O que dizia a coluna? Que Gilberto Miranda é um dos senadores mais atacados pelas costas nos corredores do Congresso. Senadores falam mal dele, mas não apresentam disposição para comprovar o que dizem.
Registrava também que o senador tem documentos das dez decisões do Senado sobre precatórios. E que, nesses documentos -note-se bem, nesses documentos-, não se vê qualquer desvio de conduta de Miranda.
Enfim, era isso que afirmava a coluna de quarta-feira. Mesmo ressalvando que "coisas impublicáveis" continuavam a ser ditas contra o senador. O que é literalmente a verdade.
Isso irritou Miranda. E ele pediu os nomes dos fofoqueiros.
Caro senador, isso sim seria mau jornalismo. Não se revela o nome de fontes que pedem sigilo. Miranda sabe disso. Ele próprio conversa em "off" com jornalistas, como se diz no jargão.
Além do mais, o pedido do senador é irrelevante. Ele sabe muito bem quem são seus detratores.
Melhor faria cobrando do Senado uma explicação. É ali, caro senador, que estão, para usar suas palavras, a malícia, as meias-verdades e o maquiavelismo.
Esta coluna apenas conta o que o escriba vê. Nada mais.
*
O banco Merrill Lynch, um dos maiores e mais respeitados do mundo, fez um extensivo levantamento e concluiu que nunca realizou negócios com a corretora Perfil nem com outras envolvidas na máfia dos precatórios.
Sobre as ligações telefônicas da Perfil para o Merrill Lynch, de acordo com a memória dos corretores do banco norte-americano, a Perfil tentou muitas vezes vender títulos para o Merrill Lynch. Mas não houve negócio.

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