São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Terno ajuda a esconder marcas

DA REPORTAGEM LOCAL

Adeptos convictos da tatuagem sobrevivem entre executivos e profissionais liberais. Só tomam um cuidado: esconder com o terno suas "obras de arte" quando elas podem atrapalhar os negócios.
O advogado Pedro David, 38, tatuou há dez anos seus dois antebraços e diz que nunca pensou em remover os desenhos.
"Conheço até juiz que tem tatuagem." Ele diz que não tem problemas porque, no campo profissional, o terno esconde as marcas e, na praia, não há clientes. "Fiz a tatuagem para mim, não para os outros."
A tatuagem de Arrabal, 38, diretor de uma administradora de seguros, foi feita para "quebrar o tabu da sociedade" na década passada. "Fiz algo artístico, para ficar bonito. E é definitivo", avisa.
Arrabal admite que há preconceito com a marca no corpo. "Só que as pessoas não sabem, porque estou sempre de terno e gravata."
O tatuador Ivan Bettys diz ter muitos executivos como clientes. "Eles gostam da tatuagem."
Para os indecisos, ele aconselha que a pessoa reflita melhor antes de fazer uma marca "definitiva" no corpo. E, para os 10% que pensam em tirar a tatuagem no futuro, ele evita usar as cores vermelha e azul, de mais difícil remoção.
"Não acredito no fim da tatuagem. Há três anos, fazia entre 1 e 5 tatuagens por dia. Hoje, a média varia entre 3 e 12 aplicações." Ele diz que já tatuou em cima de cicatrizes de tatuagens mal tiradas em cirurgias. "Não conheço quem tenha tirado a marca com sucesso."

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