São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Déficit fiscal é o que preocupa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da República tem dito a seus interlocutores que não enxerga um sinal amarelo no horizonte. Nas manifestações de otimismo, costuma citar os investimentos de montadoras em novas fábricas no país. O semblante muda quando fala do déficit fiscal, o que mais preocupa o governo.
"O problema é que já fizemos tudo o que era possível. Estamos há dois anos sem dar reajuste para os funcionários públicos. Não aumentou o número de funcionários. Os gastos correntes do governo estão estáveis num valor irrisório, de uns R$ 12 bilhões por ano", diz o presidente.
Na avaliação de FHC, o déficit fiscal é algo que será resolvido apenas no médio prazo.
Quando lhe perguntam sobre um eventual freio na economia, FHC nega. "O que precisa são os ajustes finos", repete sempre.
Outra especulação corrente em Brasília é que FHC estaria apenas retardando a hora de frear a economia para adequar o calendário econômico ao político.
A idéia seria deixar a economia correr solta até o final de 98, esperando que FHC se reeleja para mais um mandato. Depois, em 99, o presidente, já reeleito, poderia fazer um pouco de "mal", freando o ritmo da economia.
O presidente rebate essa suposta estratégia. Na semana passada, disse o seguinte:
"Não há nada disso. O mal já está sendo feito. Há desemprego, há miséria, um monte de coisas. Mas o que nós nunca imaginamos, nem eu nem vocês, era que o mal seria tão pequeno. Porque nós estamos conseguindo ter a estabilidade com um relativo crescimento econômico. E isso é muito bom".

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