São Paulo, domingo, 9 de março de 1997 |
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Prédios vazios somam 4,6 Anhembis
RICARDO GÓES MENDONÇA
A área desses edifícios desocupados soma 312 mil m², o equivalente a 4,6 vezes o tamanho do Pavilhão de Exposições do Anhembi. A cidade possui cerca de 6,5 milhões de m2 de espaço para escritórios, segundo a empresa de consultoria imobiliária Richard Ellis. Desse total, 13% (cerca de 850 mil m²) estão vagos. Segundo informações da Bolsa de Imóveis do Estado de São Paulo, 57% dos prédios vazios estão localizados na região central da cidade. O restante está espalhado por diversas regiões do município. Boa parte desses edifícios enfrenta o peso da idade. Eles podem ter mais de 40 anos e são os mais difíceis de serem comercializados por não oferecerem as condições tecnológicas necessárias para abrigar grandes empresas. Reflexos O crescimento do número de prédios vagos é visto como reflexo da decadência da região onde está localizado. Tanto é assim que o preço médio de escritórios no Centro Velho é a metade do registrado em outras regiões da cidade. Segundo o Datafolha, em 1996 o preço médio do m² de escritórios na região ficou em R$ 694,72, contra os R$ 1.383,32 registrados na marginal Pinheiros e avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, área da zona oeste da cidade pontilhada de edifícios modernos. Algumas dessas construções desocupadas nem sequer podem ser vendidas ou alugadas devido a problemas judiciais. Segundo o consultor Luís Gonzaga Mayor, da Richard Ellis, há prédios com "mais de cem donos e herdeiros", o que dificulta a negociação do imóvel. Categorias Paul Weeks, diretor da Bolsa de Imóveis de São Paulo, divide os edifícios vazios em três categorias: os recém-lançados, os que têm entre cinco e dez anos e aqueles que estão na região central da cidade, geralmente com mais de dez anos. Um prédio recém-lançado pode estar vazio porque ainda não encontrou compradores ou porque é tão novo que não teve tempo de ser comercializado. "Os prédios com idade entre cinco e dez anos são, geralmente, antigas sedes de grandes empresas", diz Weeks. Nesse caso, o imóvel ficou vago porque seu ocupante faliu, cresceu ou diminuiu e precisou mudar de endereço. Na terceira categoria, a dos prédios com mais de dez anos, ele lista os imóveis que ficaram "obsoletos" para uma grande empresa. "A única saída para esses edifícios é a locação ou venda avulsa de salas para profissionais liberais. Nenhuma empresa que pretende investir uma quantidade grande de dinheiro num imóvel vai optar por um prédio desses", afirma. Próximo Texto: Centro de São Paulo vive a 'crise dos 40' Índice |
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