São Paulo, domingo, 9 de março de 1997
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Guerrilha solta brasileiros na Colômbia

Cativeiro durou mais de seis meses

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Demétrio Mendonça Duarte, 38, e Eduardo Batista Resende, 39, foram libertados por volta da meia-noite de anteontem em um lugarejo de nome Vila Vicenzio (100 km a leste de Bogotá, a capital da Colômbia).
O retorno dos engenheiros ao Brasil estava previsto para o início da madrugada de hoje. Eles retornariam em jato fretado pela empreiteira Andrade Gutierrez, para a qual eles trabalham.
Os engenheiros foram sequestrados por guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia em 14 de agosto último quando iam do canteiro de obras de estrada da empresa para o seu alojamento, a 60 km de Bogotá.
Resende e Duarte chegaram à Embaixada do Brasil em Bogotá por volta das 11h de ontem. Os dois dormiram em Vila Vicenzio. "Eles estavam magros e com cabelos e barbas grandes", disse o embaixador brasileiro na Colômbia, Sinesyo Sampaio de Góes.
Segundo o embaixador, Duarte pediu logo para ir ao barbeiro e para falar com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que, segundo o embaixador, se empenhou pessoalmente nas negociações para obter a libertação deles.
Duarte e Resende falaram com Fernando Henrique, por telefone, por volta de 11h30. O presidente estavam em Joinville (SC).
Segundo o embaixador, Duarte perdeu cerca de 15 kg, e Resende, um pouco menos.
O embaixador disse que houve pagamento de resgate pela Andrade Gutierrez, mas não soube quantificar o valor. O valor anunciado como exigência da guerrilha foi "bem mais que US$ 1 milhão", segundo o embaixador. Os dois engenheiros dormiram em Vila Vicenzio e, após tomarem café, foram de helicóptero para Bogotá.
Segundo Góes, as negociações para a libertação dos dois "foram complicadas" e envolveram intensamente a empreiteira, o Itamaraty e a embaixada brasileira, além do próprio presidente.
Eles contaram para o embaixador que se alimentavam mal, eram com frequência transferidos de local e viram outros reféns. No dia do sequestro eles carregaram durante dois dias um engenheiro francês também sequestrado e que havia desmaiado. "Salvaram a vida dele", disse o embaixador.

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