São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Família

EDUARDO OHATA

Todos nós, direta ou indiretamente, devemos tudo o que somos aos nossos pais.
O atual sucesso do peso-pesado neozelandês David Tua, um dos melhores da nova safra, tem de ser creditado ao seu pai.
Quando pequeno, a família de Tua, então com apenas nove ou dez anos, era proprietária de um armazém na pequena ilha de Faleatiu, em Samoa.
O pai de Tua, fã incondicional de boxe, costumava convidar brutamontes que passavam em frente a sua loja para lutar com seu filho. Ele prometia guloseimas àqueles que conseguissem vencer David.
Ele não enfrentava apenas desconhecidos. Os adversários mais duros eram os membros de sua própria família.
O lutador conta que, durante a infância, ele servia de "saco de pancadas" para sua irmã e sete irmãos.
Curiosamente, David esboça um largo sorriso ao relembrar aqueles dias.
"Os pais sempre têm um motivo para fazer o que fazem", afirma o lutador, acrescentando que seu pai sempre soube que seria um bom lutador. "Aquelas sessões de treino me fortaleceram."
Hoje, David é um pugilista ranqueado nas principais entidades que controlam o boxe. Devido ao potente gancho de esquerda, baixa estatura e estilo agressivo, já está sendo chamado de "novo Tyson".
Em janeiro, foi eleito o boxeador do mês da revista "The Ring". No ano passado, nocauteou com facilidade John Ruiz e Darroll Wilson, ambos no assalto inicial.
O mais recente combate do samoano, em dezembro, contra David Izonritei, foi o mais duro de sua carreira. Apenas no 12º e último assalto, após sofrer um castigo duríssimo, nocauteou seu oponente.
David, grato, dirige apenas palavras elogiosas a seus pais. "Agradeço à minha família por fazer de mim um homem determinado."

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