São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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Café sobe e redes mantêm expansão

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Abrir um café é uma das boas opções de investimento em franchising, a despeito da recente disparada do preço do produto.
Segundo pesquisa da Folha, o preço pago ao produtor pela saca de 60 kg de café passou de R$ 128, em 30 de dezembro, para R$ 224,75, no dia 10 de março -uma alta de 75,59%.
No varejo, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP), o preço do pó de café subiu 18,57%, no total acumulado no primeiro bimestre de 97.
Para os franqueadores ou donos das marcas, essas elevações não estão afetando a lucratividade dos negócios e, muito menos, limitando os planos de expansão.
José Luiz de Lima, 56, sócio da rede Casa do Pão de Queijo, com sede em Porto Alegre (RS), diz que a margem de revenda do cafezinho "é muito boa", o que impede o reflexo da alta do custo da matéria-prima.
Cálculos
Pelos seus cálculos, um cafezinho -que é vendido no balcão entre R$ 0,50 e R$ 0,60- custa para o franqueado menos de R$ 0,10. "O jeito é segurar o aumento e não repassar para o consumidor."
Na rede Café Pelé Cafeteria, a estratégia usada para evitar aumento no preço final do produto foi negociar com o fornecedor.
"Tínhamos um desconto oferecido pelo fornecedor. Agora, o desconto foi eliminado e estamos pagando o valor normal", diz Pedro Eduardo Weimberger, 31, sócio-diretor da franqueadora.
José Henrique Ramos Ribeiro, franqueador do Fran's Café, com 50 lojas -9 próprias-, diz que a alta da cotação do café tem reduzido a margem de lucro. "Mas isso não é repassado ao consumidor."
O lucro médio das lojas, segundo Ramos, está em cerca de 20%, apenas 3% abaixo do normal.
Metas
A redução, segundo o empresário, não abalou a estratégia de expansão da marca para este ano. Ramos diz que pretende inaugurar mais dez unidades em 97.
Uma delas, em Santo André (Grande São Paulo), deverá abrir as portas em até 70 dias. O franqueado Paulo Rabelo, 34, diz que está investindo R$ 110 mil na loja.
O dinheiro, segundo ele, veio da caderneta de poupança e da venda de um carro zero-quilômetro.
Regina Helena Thompson, 45, gerente de expansão, afirma que a meta da rede "é entrar neste ano nos mercados de Porto Alegre e Recife, além de abrir mais lojas em Salvador, onde já há cinco".
Em São Paulo, a expectativa da marca é explorar um novo nicho, com unidades dentro de lojas de conveniência.

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